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— Ok, Tikki, dessa vez eu tenho certeza que fui demitida.
Murmuro para a gata entediada que está deitada num canto da cozinha. A ingrata de pelagem brilhante não se dá ao luxo de elevar a cabeça e fitar-me com os gloriosos olhos azuis enquanto mexo a minha gororoba – ou miojo com alguns pedaços de acém, a única coisa que meu estado de espírito me deixa cozinhar – largada na panela prateada.
Reviro os olhos. É, talvez ela não esteja com a mínima vontade de ouvir minhas lamúrias sobre como eu tinha feito uma merda catastrófica no fim da tarde, tudo graças a um maldito potinho de pudim que não caíra bem em meu estomago.
Porém, ela é a única naquele apartamento pequeno que pode me ouvir naquele momento.
— Eu vomitei em Adrien, é. Vomitei no mesquinho que não via a hora de arrumar uma desculpa para me demitir por não saber lidar com seu pai colocando mais confiança no meu trabalho que qualquer outra coisa. — Resmungo, e a cada palavra, pareço adicionar mais força nos movimentos contínuos sobre o fogão. — E não, não foi aquele vomito leve ou apenas um respingo, foi a porra do meu almoço por completo. Lambuzei ele com uma gosma que juro ter visto até alguns pedaços do meu café da manhã. Ao menos, a cara dele foi hilária. — Suspirei. — O mais hilário ainda vai ser minha carta de demissão no RH amanhã...
A última parte acabo soltando em um farfalhar baixo para que somente eu pudesse ouvir. Por mais que eu estivesse brincando com a situação, a informação de “demissão” rente à "vômito" ainda não tinha sido absorvida pelo meu cérebro.
Um cheiro ruim tira-me a força de meus devaneios. Forço-me a olhar para a panela onde a comida – agora queimada – jaz. Bufo e sinto uma vontadezinha de chorar. Minha mais nova opção é cozinhar um novo jantar, ou aproveitar o meu último salário com uma refeição decente em um restaurante qualquer.
[...]
O restaurante mais perto do meu “lar” fica a duas esquinas e é caro ‘pra cacete.
Não era meu desejo jantar ali, mas as circunstâncias me levaram a entrar e ser recebida pelo maitre charmoso e nada velho como nos filmes hollywoodianos. Minha vontade de cruzar as cinco avenidas que me deixariam em meu restaurante – barato e – favorito era zero, e uma refeição é tudo o que preciso.