Capítulo 1

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Naquela manhã de verão tudo parecia normal na escola os alunos se preparavam para mais um período de aula, ansiosos pelas férias que deveria começar em alguns dias. Risadas, discussões, conversas e beijos eram escutados pelos corredores, sem ninguém desconfiar do caos e da terrível situação em que o mundo se encontra apenas alguns metros do portão de entrada da escola.  Tudo permanecia normal na sala de aula do professor Lucas Bragança no colégio particular Cora Coralina, aos poucos os alunos chegavam e o professor de filosofia começava a ministrar sua aula.

— Bom dia meus queridos! - Lucas cumprimentou a classe quando a maioria já estava no local, o professor se virou para o quadro negro escreveu "Filosofia" e então começou a recitar.  —  Uma definição para filosofia é: Amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância... Bem, deixe-me perguntar para vocês! O que significa filosofia e qual a importância dela para a sociedade? - O homem questionou.

— Então é isso que a gente ouve quando tá no inferno? - Josiah um dos alunos questionou sarcástico.

— Filosofia é o modo de entender e compreender nossa sociedade ou estou confundindo com sociologia? - Astória uma garota acanhada questionou com um murmuro baixo.

— Se olhar para o espelho poderá ver a representação do capeta no reflexo! - Clebisson rebateu a Josiah ao entrar na sala de aula com uma caixa de som em seu ombro.

O professor levantou a mão interrompendo o possível debate nada amigável e voltou o foco a aula.

— Professor eu não entendi nada desse papo! - Outro aluno disse no fundo da sala.

— Pelo menos alguém me entende nessa sala! - Astória exclamou mais alto do que esperava atraindo alguns olhares para si.

Enquanto isso do outro lado da escola no pavilhão do ensino fundamental uma auxiliar de classe estranhava o dia de trabalho notando que muitas crianças haviam faltado e muitos pais não deram satisfações sobre atrasos.

— Camila pode assumir a sala para mim? - Sonia professora que regia a sala onde a jovem auxiliava pediu de forma estranha.

— Claro, está se sentindo bem? - Camila questionou com preocupação.

— Sim querida... só estou me sentindo um pouco indisposta, volto logo... - A mulher saiu da sala colocando as mãos no rosto. Camila percebeu que seu braço está com um grande curativo manchado de sangue.

— Vamos continuar com a tabuada do 3 ok? - Camila disse orientando os poucos alunos em sala.

† A Ascensão dos Mortos †

— Droga! - Helena bate no armário emperrado no corredor.

A garota havia desistido de abrir o armário velho. A garota correu para a sala de aula escutando mais um sinal soar, esbravejou a si própria lembrando-se o quanto seus avós tinham se esforçado para conseguir colocá-la naquela escola  particular.

— Licença... - Entrou no meio da aula de filosofia e correu para os fundos da sala.

— Continuando... - O professor indagou. —  Agora quero que vocês formem grupos e escrevam textos sobre nossa discussão! a página trinta e cinco do livro diz mais sobre os fundamentos da filosofia, vamos lá! - O professor disse batendo palmas.

Aos poucos os alunos formaram grupos, Astória olhava a todos com ansiedade.

— Posso fazer sozinha? - Questionou ao professor.

— De forma alguma, somos uma sociedade! procure seu bando vamos lá! - O professor incentivou.

— Posso sentar com você? - Wellany aproximou sua carteira a de Clebisson, o garoto deu de ombros e sorriu.

A ASCENSÃO DOS MORTOS Onde histórias criam vida. Descubra agora