That's how it all started.

 -Não vou começar a contar enquanto vocês não ficarem quietos mocinhos.

    Falo pra eles, que estão brincando em volta do sofá. Os enfeites e luzes que estão pendurados na árvore balançam conforme uma leve brisa invade a casa. Respiro fundo por um segundo, sentindo cheiro de biscoitos de gengibre, Luna deve estar ocupada, ela sempre faz biscoitos deliciosos. Volto a olhar para os meninos, que pararam de correr. Estão fazendo uma careta que aprenderam a pouco e olhando um pro outro. Eles são gêmeos, amam ficar se encarando e vendo como são parecidos (eles realmente são muito parecidos, já estão com dois anos e até agora só a Luna consegue sempre saber quem é quem. Até mesmo eu, que sou o pai, erro as vezes.)

Eles param de se olhar e voltam a olhar pra mim, agora sem nenhuma careta.

-Conta papai, conta! -olho para quem disse isso tentando ver quem é, noto a covinha quando ele dá um sorriso. É Lorcan.

–Só porque vocês estão quietinhos viu? -dou uma piscadinha- Venham, sentem aqui. 

Eles se sentam a minha frente, um do lado do outro.

–Tudo começou quando....

–Vai dar tudo certo filho, você vai ver! -minha mãe coloca as mãos no meu rosto e ergue meu queixo me fazendo olhar em seus olhos- Acredito em você.

Eu olho seu rosto com calma, observando cada detalhe. Vou sentir falta dela, a faculdade é um pouco longe, então não vou poder ficar voltando para casa, mas ser magizoologista é o meu sonho. Vovô sempre me falou de suas aventuras, tendo todas aquelas criaturas mágicas como seus companheiros... acho que ele iria ter orgulho de mim.

Os últimos meses tem sido difíceis, a morte do vovô deixou a família toda meio mal, vovó tina ainda não superou, e talvez eu não tenha superado também.

Deixo os pensamentos de lado.

–Vou tentar voltar no seu aniversário, tudo bem?

Pego as malas e as encaixo embaixo do braço, indo em direção a porta.

–Vou sentir sua falta filho, eu te amo. -viro a cabeça em sua direção. 

–Também te amo. 

Abro a porta e a fecho sem olhar para trás, sou meio sensível em despedidas, herdei isso dela. Levanto a cabeça e respiro bem fundo tomando coragem.

–Faculdade, aí vamos nós -falo bem baixinho, as palavras se perdendo em meio a brisa de agosto-

Chego em frente à escola e paro para prestar atenção a cada detalhe. Vejo alguns alunos conversando nos bancos do pátio. A garota de cachecol vermelho, que deve ser da grifinória, está falando com um menino de cachecol azul, corvinal, penso rapidamente. Olho para um outro garoto de cachecol amarelo, provavelmente lufano, como eu. Seus cabelos castanhos estão precisando de um corte, nem sei como ele consegue ver. Inclino a cabeça um pouco, analisando mais pessoas, até alguém trombar em meu ombro.

–Meu deus! me desculpe, sou tão desajeitada, pensei que eu estava atrasada pra aula, mas depois vi que o meu relógio que tinha ficado doido. Da pra acreditar??? Ele me acordou uma hora mais cedo! E eu precisava tanto dormir, passei a noite me preparando pro primeiro dia. –meus olhos já estavam arregalados, acho que ela falou mais nesse minutos do que eu já falei na vida– Ah, me desculpe, eu sou a Luna, Luna Lovegood. Qual o seu nome? 

Fico paralisado quando percebo quem ela é. Luna Lovegood, conhecida por lutar na batalha de hogwarts, corvina. Olho para seus cabelos loiros, parte deles está presa em um penteado que não sei se tem nome. Sua pele é um pouco pálida, ela está usando brincos diferentes, me pergunto se foi ela mesma que fez. Ela carrega um sorriso no rosto, observo a covinha em um dos lados, ela é bem bonita.