Oi?

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Tem momentos na vida que nem você sabe o que quer, você não entende os sentimentos que tem, não sabe se os sentimentos sequer são reais ou imaginários. Mesmo sem se entender seus pensamentos, sua confusão te sufoca tal maneira que a única saída é botar aquilo para fora.


Nesse momento, tudo que era só seu, não é mais. Agora sua bagunça obrigatoriamente tem que fazer sentido, você tem que amar ou odiar alguém. Sua loucura nunca mais será o lindo, confuso e angustiante cinza que era. De um segundo para o outro tudo tem que ser preto e branco, porque outra pessoa quer saber o sentido daquela confusão.


Talvez as intenções de outrem sejam as melhores, mas de boas intenções o inferno está cheio, não é?

Não é...?


Passei dias remoendo um sentimento, tentando entender o sentido dele, mas não conseguia compreender o que acontecia...

Eu gostava dele? Ou só pensava nele por fazer parte da minha vida? Eu sentia vontade de estar com ele de outra forma? Ou sentia falta da nossa convivência?

O que eu sentia?

Eu não sabia e isso me angustiava, me sufocava, me calava.

A angústia era tão grande que eu me derramava, mas não entendia... Não me derramava por ele, mas pelo desespero de tentar entender o que acontecia dentro de mim.


Me cansei.

Eu orava, clamava, esperava, mas a angústia só aumentava.

O que devo fazer?

Preciso falar com alguém! Alguém próximo!


Ele!

Sim, conversar com ele! Afinal, ele estava no meio da angústia.

Por que não contar?


Comuniquei-o: "Preciso conversar com você!"

Me arrumei e fui ao seu encontro.

Sentamo-nos do lado de fora de uma lanchonete.


Como explicar para ele o que estava acontecendo?

Como não parecer uma adolescente?

Como ser madura sobre isso?

Me embananei.

"Vamos, diga o que quer falar..."


O sorriso amigável em seu rosto, por um segundo, me fez achar que compreenderia: não estava ali para me declarar. Eu não o amava daquela forma, eu estava ali para desabafar como tantas vezes fiz e o vi fazer.


Cedo demais.


Ele entendeu que eu tinha sentimentos, mesmo eu dizendo diversas vezes que esse não era o caso.

"Eu já sabia que isso ia acontecer!"


Oi?


Ele me inferiorizou, me tratou como mais uma em sua fila, como se fosse normal não resistir a ele.

Deu tapinhas em minha cabeça com pena, com dó...


O quão idiota eu pude ser? Como eu pude achar que ele entenderia?

Confusões Amorosas - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora