Primos Encrenqueiros

Capítulo Único

Os três primos tinham-se metido em encrenca.

Wei Wuxian nunca havia sido chamado à escola por causa do seu filho se meter em problemas, afinal o mesmo tinha tido a sorte de se sair a Lan Wangji e era um aluno aplicado e bem comportado. Jiang Yanli não podia dizer o mesmo e Jiang Cheng muito menos, visto que os seus filhos eram uns rebeldes de bocas sujas.

Não se sabia o que tinha acontecido ao certo por que o diretor da escola também desconhecia o motivo pelo qual brigaram, porém os três garotos tinham sido apanhados à pancada no meio do corredor. Eles ficaram em silêncio durante toda a reunião dos seus pais com o diretor, já temendo pelos castigos que iriam receber e rezando para que algum dos pais salvasse as suas peles — ou no caso de Jingyi, as pernas.

Quando a reunião terminou e os castigos foram aplicados pelo diretor, as crianças saíram do gabinete acompanhados dos seus pais que não estavam com expressões nada felizes. Caminharam em silêncio até ao estacionamento junto ao edifício escolar e somente aí é que os mais velhos quebraram o silêncio e questionaram as crianças.

— Querem explicar o que aconteceu?

Quem respondeu foi Lan Sizhui, o mais sensato dos três.

— O Jin Ling e o Jingyi estavam brigando para ver quem era o meu melhor primo.

— Que legal! — exclamou Wei Wuxian, animado. — Quem venceu?

— A-Xian! — repreendeu Jiang Yanli.

— Quero dizer, que errado! — corrigiu imediatamente, cruzando os braços sobre o peito e tentando manter uma expressão séria, assim como ter a maturidade que era suposto ter naquele momento. — Vão ficar todos de castigo.

— Quem você pensa que é para colocar o meu filho de castigo? — questionou Jiang Cheng, fuzilando o irmão adotivo. Jingyi já sorria aliviado, acreditando que o seu pai iria perdoá-lo, porém logo desfez o sorriso quando o mais velho completou a frase. — Está de castigo, Lan Jingyi.

— Mas...

— Não me responda, garoto.

— Quando chegar em casa vou contar para o papai Huan. — resmungou, empinando o nariz e cruzando os braços sobre o peito.

— E acha que isso o vai livrar do castigo? — inquiriu, soltando uma risada sarcástica. — Sou eu que mando em casa, pirralho.

A pouca esperança que residia dentro de Jingyi desapareceu instantaneamente.

— Verdade, esqueci disso.

Não era surpresa para ninguém que quem vestia as calças em casa era Jiang Cheng. Na verdade, qualquer irmão Jiang vestia as calças em casa, talvez isso tivesse sido influencia da criação de Madame Yu.

— Mamãe, você vai contar para o papai? — inquiriu Jin Ling, fazendo um biquinho nos lábios.

— É claro que eu vou contar, é errado esconder as coisas, temos sempre que contar a verdade.

— Mas o papai vai me colocar de castigo.

— Não se preocupe, a mamãe vai falar com o papai e ele não o coloca de castigo. — falou, sorrindo amável enquanto afagava os cabelos do filho. — Mas tem que me prometer que não vai voltar a meter-se em encrenca, ok?

— Eu prometo, sim! — exclamou animado, abraçando-se ao corpo da mãe. — Você é a melhor mamãe do mundo.

Lan Sizhui esperava que o seu pai falasse alguma coisa para saber se o seu destino seria tão infeliz quanto o do seu primo Jingyi ou se seria mais sorridente que nem o do seu primo Jin Ling. Não querendo esperar que o seu pai decidisse lembrar-se de resolver o problema, o garoto quebrou o silêncio entre os dois.