prólogo

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Ter vinte e cinco anos, ser pai e controlar a própria carreira não era algo fácil para Kim Taehyung, mas com o tempo ele acabou se acostumando com a vida agitada de ser uma estrela em ascensão.

O ômega jovem faz parte do time de elite da empresa IU Corporation, empresa essa que cuida da imagem de cantores e modelos — o que é o seu caso.
Foi graças a IU Corporation que Taehyung conseguiu decolar no ramo da moda, sendo convidado para milhares de desfiles e até mesmo para posar nas capas das revistas mais renomadas de toda a França.

Sim, França. O ômega fez o seu nome no país europeu depois que deixou para trás seu país natal. Estava morando em Paris à seis anos e não se arrependia desta decisão.

Ele tinha apenas dezoito anos, havia terminado o colegial quando Jieun — a namorada de seu irmão mais velho, Seokjin — lhe convidou para fazer o teste para a empresa e, logo na primeira sessão de fotos todos se encantaram pela beleza do ômega. Taehyung que até então não sabia o que faria da vida por simplesmente estar grávido na época, viu ali a oportunidade para recomeçar a sua vida do zero.

Não foi nada fácil chegar ao topo, afinal ele estava em outro país, sozinho e com uma filhote em seu ventre. O Kim passou por poucas e boas até finalmente se estabilizar e poder dar o conforto que sempre sonhou para filha.

— Senhor, chegamos — o taxista o avisou, tirando o loiro de seus pensamentos.

— Oh, sim. Aqui está — entregou-lhe o dinheiro da corrida — Filha, acorde — cutucou a mais nova, essa que dormia com a cabeça apoiada em seu ombro direito — Hayan, amor, acorde. Já chegamos.

— Hmm, já? — a pequena Kim franziu o cenho, em seguida soltou um bocejo enquanto sentava corretamente no banco.

— Já, meu amor — Taehyung sorriu — Vamos — abriu a porta do carro e ajudou a filha sair, visto que a mesma ainda estava meio sonolenta.

Junto à eles, mais um táxi também chegavam em frente a mansão.

— Nem acredito que estamos de volta neste lugar — Seokjin exclamou, fitando a fachada da sua antiga mansão.

— Nem me diga, hyung — suspirou — Só de pensar que isso é culpa minha...

— Não pense assim, Tae. Todos nós sabíamos que uma hora ou outra isso aconteceria — Jennie tentou o reconfortar. — Seria impossível esconder isso dele por muito tempo.

Dele. Não era nem preciso tocar naquele maldito nome que Taehyung sentia o seu corpo se arrepiar.

A família pegou seus pertences na mala dos táxis antes de finalmente seguirem para dentro da mansão.

Já chegaram? — Jimin perguntou do outro lado da chamada de vídeo.

— Sim. Fazem umas três horas — Taehyung respondeu, fitando o relógio em seu pulso — Estou morto, Ji — manhou.

Eu estou doido para ver a Hayan, aposto que ela está enorme — o alfa disse, animado.

— E ela está. Sem contar que está cada vez mais atentada — sorriu, amoroso.

Olha, eu quero pedir desculpas por aquilo, Tae. Eu juro que não sabia que Jeongguk estava aqui em casa ou então com certeza não teria entrado naquele assunto.

Não precisa se desculpar, hyung. Você de fato não teve culpa — suspirou, removendo o sobretudo de seus ombros — É como Jennie me disse hoje, seria impossível esconder isso dele por muito tempo.

A realidade é que acabou sendo um discuido do ômega — em sua concepção — já que ele estava bêbado demais e queria desabafar com o seu melhor amigo por chamada de vídeo. A dupla só não imaginava que no mesmo instante que Taehyung dizia que se arrependia de não ter dito ao Jeon sobre a existência da filha deles, bem naquele momento o alfa estava chegando no apartamento do Park.

O que foi uma surpresa para Taehyung, pois, ele não sabia que Jeongguk havia voltado para Coréia, nem muito menos sabia que o alfa estava dividindo apartamento com Jimin.

Taehyung e Jeongguk acabaram discutindo no meio da chamada de vídeo enquanto Jimin tentava amenizar a situação. E, é graças à essa discussão que o Kim resolveu voltar para Seoul, ou então — em palavras do Jeon — ele entraria na justiça para ter a guarda da filha, e isso era tudo que o ômega não queria.

Eu vou desligar agora, sei que você precisa descansar — o Park informou, sorrindo de maneiras fofa — Mande um beijo para minha afilhada!

— Obrigado, Ji. E pode deixar que eu mandarei  — o ômega sorriu, em seguida encerrou à chamada.

Taehyung saiu de sua escrivaninha, estava com o intuito de ir ao quarto da filha mas foi impedido no meio do caminho quando o seu celular tocou, fazendo o nome de Jeongguk brilhar no visor do aparelho. 

Ele até pensou em recusar, mas sabia como o alfa era bastante insistente quando queria e, no fim, acabou atendendo.

— Oi, Jeon.

Taehyung — fechou os olhos assim que ouviu o outro dizer o seu nome — Liguei para saber se já chegaram...

— Chegamos sim, já tem um tempinho — respondeu, baixo.

Ótimo, estou indo aí.

— Quê? Não! — o ômega arregalou os olhos — Jeongguk, já está tarde e ela já está dormindo. A viagem foi longa e estamos todos cansados.

Eu não me importo, eu só preciso vê-la, Taehyung!

— Amanhã eu a levarei até aí — disse, sério — Ficou seis anos sem vê-la, uma madrugada à mais não irá te matar.

Como se fosse escolha minha ter ficado seis anos longe dela, né? — o mais novo rosnou, fazendo o Kim se arrepiar.

— Amanhã, Jeongguk — se manteve firme em sua decisão — Hayan precisa se preparar para te ver — e eu também, pensou.

Um silêncio se formou na ligação, fazendo Taehyung pensar que Jeongguk não estava mais ali, mas logo a sua voz se fez presente, seguida de um suspiro:

Ok, amanhã — o loiro respirou em alívio — Tchau, Taehyung.

— Tchau, Jeongguk.

O ômega sentiu suas pernas falharem e ele acabou se sentando no chão do corredor, com suas costas contra a parede. Ele não conseguiu prender o choro que insistiu em sair.

Taehyung tinha medo. Medo da reação do alfa, medo também da reação da sua filhote; ele temia por nunca ser perdoado pelas suas duas únicas paixões de sua vida, Hayan e Jeongguk.








seis anos depois • taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora