Perto demais

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18:30 da noite, Busan– Coréia do sul.

Noite de culto, a noite dos fiéis.

Eu ia sempre que podia, claro que, me sentia bem lá. Muitas vezes , sozinha, Yan sempre saía a mesma hora e voltava tarde por causa do trabalho. Eu tinha amigas, todas elas atiradas. E o Padre,  Park Jimin seria a isca pra atrair tanto peixe podre em uma noite só. Sim, a maioria das mulheres são casadas e são atiradas! A catequese é apenas voltada ao grupo feminino nos sábados e aos domingos para o masculino, isso porque encontraram Samanta de pegando no banheiro com um carinha mais novo. Sim , as irmãs da igreja são piores que as meretrizes.

Charlotte era a vadia com crachá já descrevendo sua personalidade! De santa ela não tinha nada! E como não é santa irá tentar de tudo para se jogar em cima do Padre. Devo avisar que ele está em perigo?!

Hoje era quarta , noite de coral também. Eu fazia parte de um grupo misto , recebíamos ex membros de outras igrejas para auto ajuda quando as mesmas estavam em momentos difíceis. E música e acolhimento era algo que sabíamos fazer com amor. 

Meu marido abotoava cada botão de sua camisa com cautela, alinhando sua gravata ,que particularmente ,achava sexy. Eram os 200mls de perfume naquele pescoço e fazia minha mente se torturar com coisas erradas sobre ele... Nossa mente, mente! Ou era apenas coisa da minha cabeça?!

O Abracei por trás recebendo um abraço em volta da cintura. 

– Eu prometo que quando chegar , irei dar toda atenção do mundo para você! – Selou meus lábios carentes. Realmente sentia falta de te - lo ao meu lado, faz semanas que não vamos juntos a igreja, acho que já estou levando apelido de corna. Mas tudo bem, era a profissão dele ser advogado.

– Sinto muito sua falta. Mas vai passar. – Sorri fingida.

– Você sabe amor, eu quero muito ajudar essa família, quero   conseguir soltar o filho da Senhora Helena ,eu sei que ele não fez nada! 

– Eu sei e ele será solto, por que prender um inocente que agiu com alto defesa? Se cuida, essa cidade fica longe! 

– Pode deixar! Eu te ligarei quando ter um tempo. O sinal lá, às vezss é ruim. – O mesmo pegou sua chave indo em direção a porta. Acenou, já dentro do carro, mantendo aquele sorriso. 

Quando foi que ouvi "um eu te amo?" Isso já estava enterrado há muito ,só eu que não queria aceitar. 

Me arrumei e fui de encontro com os irmãos na entrada, os componentei em seguida. As meninas do coral estavam se aquecendo e eu organizando onde cada uma ficaria. Os assentos já estavam, praticamente todos cheios.  A orquestra soou pelo ar e começamos a cantar melodicamente. Um frio na barriga subiu, ver o Padre entrar sorrindo docemente para os irmãos da igreja, seu olhar era tão inexplicável, misterioso.

Jimin sentou perto dos irmãos Hoseok e Jin lá atrás. Eu queria enfiar a minha cara no chão por ele estar me encarando. Era só uma música e estava torcendo para acabar logo! 

– Aplausos para irmãs do Coral Bom jardim! Meninas, obrigada! – Fizemos tal reverência. Sentei na primeira fileira sem olhar para Jimin e acenar, não queria parecer uma vadia que estava sem o marido e aproveitando que o mesmo não estava, já ser como as outras. Coloquei minha Bíblia sobre meu colo respirando fundo. 

– Seu marido não veio de novo, não é? O que ele tanto faz? – A loura oxigenada cruza as pernas  olhando fixamente para mim , ao meu lado.

– Charlotte. Meias arrastão ? Acho que já as vi antes revestidas nas pernas daquelas mulheres que vendem o corpo. – Sua pressão mudou completamente. 

– Podemos resolver isso lá fora, ou você tem medo de perder?! 

– Eu não me meto com galinha de terreiro! – Fui direta, a deixando com a boca aberta. – É melhor sair daqui se não te darei uma surra, se é isto que quer! Passar bem! 

– Que bixo te mordeu ,em? – Fiquei em silêncio fitando o chão. – O padre novo é gatinho. Você o conhece de onde?

– Meu marido conhece ele de algum lugar que eu nem tive interesse em saber. Já estava interessada? – Cruzei os braços, passando a língua por dentro da bochecha. 

– Sabe que por baixo daquela batinha ,esconde algo que irá fazer você fraquejar a qualquer momento. Já peguei muitos assim, e Padre Park é o santinho que por baixo é um selvagem na cama. – Meus olhos fecharam automaticamente com as cenas vivas passavam em flashs rápidos, me vi sendo fodida pelo Padre. 

– Você não tem vergonha de falar essas coisas aqui ? Se eu não estivesse tão doente te pegaria pelos cabelos e a jogaria lá fora! 

– ___ , você quer ter essa imagem de boa moça até quando? 

– Não é uma simples imagem ,sou apenas eu , sua idiota. Não sou como você!

– Ah ,cara ,isso é forçado ,vai ?! Você deve ser uma safada na cama e eu aposto que tem vontade de dar uns pegas no Padre! 

– Cara , é sério. Se você não sair daqui agora ,eu vou te socar até sair sangue da sua boca. – Sussurrei. Ela arregalou os olhos saindo de lá. 

– Vamos ver se você é isso mesmo que diz. – Revirei os olhos. Me ajoelhei diante do banco pedindo perdão por cada palavra e pensamentos pervertidos, por que isso acontece? Que alma pecadora você tem , ____! Sinto o inferno me chamando.

– Boa noite! – Aquela maldita voz. Olhei por baixo do braço , aquela visão minimamente indecente , de baixo pra cima, aquela visão do seu zíper quase perto do meu rosto. Aquele olhar sobre mim, me arrepiavam até a alma. Um flash Back parecia bem óbvio , faria de tudo.

Chacoalhei a cabeça tentando se livrar dessas coisas absurdas, hoje irei ficar com os joelhos doendo de tanto pedir perdão. Charlotte havia jogado uma praga em mim ou passou sua doença de puta. 

– Boa noite , Senhor. – O cumprimentei. 

– Por favor, me chame só de você! Me sinto um velho perto da Senhorita. – Soltou uma risada linda. Seus olhos acompanhavam seu sorriso, eram tão doces.

— Me chame de você também! Eu não sou velha! Devemos ter a mesma idade! 

– Aposto que sim! Posso sentar aqui? 

– Claro! – Não sei o que iriam pensar, mas que se fodam. Não estavamos fazendo nada de mais. 

– Yan, não pode vir.

– Ele comentou comigo, disse que iria viajar a trabalho! 

– Conversou? Nossa. Ele nunca me diz nada! Tá sempre ocupado o tempo todo...

– Não fique assim.. Mas creio que queira a presença dele, mais acredite ,jagyia. Ele te... ama. –Disse com incerteza, deslizou sua mão em meu ombro. Segui sua mão , encarando seus olhos negros.  O fruto proibido ,eram aqueles lábios vermelhos cor de vinho. Respiração de menta e cheiro de gel de hortelã era seu cheiro.

– Como se conheceram? – Pigarreou. O moreno tirou sua mão do meu ombro , massageando sua nuca. 

– Já estudamos juntos. Frequentamos a mesma igreja. Foram tempos bons e ele aprontava muito! – Riu.

– Você deve conhece - lo melhor que eu ,não ? O que mais você sabe Jimin? 

– Isso não importa ___, foi há 6 anos atrás e o presente é a felicidade! Nunca é bom relembrar do passado! Você não precisa disso! 

– Quero saber que tipo de personalidade ele possuía.

– Mas ele mudou ,isso que importa! 

– Nem sempre mudamos, Padre. – O Encarei séria. 

– Irei cuidar de você, assim como ele me pediu antes de viajar. – Apoiou seus cotovelos sobre os joelhos jogando ,mas uma vez seu charme com um sorrisinho. 

Olhei atentamente para seus traços meigos. Com certeza, eu pagaria qualquer preço agora para descobrir sua cara violenta na cama. De como, eu adoraria castigar seus lábios nos meus, seria um erro? Eis a questão.

My Sin - Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora