CAPÍTULO 38

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POV SHIVANI PALIWAL

-Shivani, eu sei que você não está dormindo, eu quero conversar com você. — Eu sentia a movimentação de seu corpo próximo ao meu, mas mantive meus olhos fechados. — Shiv, é sério!

-Fala logo, loukamaa! — Eu sentenciei abrindo os olhos e me deparando com seu rosto muito próximo ao meu, mas eu nem podia protestar porque não havia espaço na barraca para que ela pudesse se afastar.

-Por que você está me ignorando? Digo, o que eu fiz para você parar de falar comigo assim do nada? Eu tento te entender, mas por mais que eu pense, eu não consigo. As coisas estavam começando a ficar bem entre a gente e de repente você começou a me ignorar, ai hoje quando fomos tomar banho de cachoeira você parou de agir como se eu não existisse e quando fomos jantar eu pareci me tornar invisível. Eu não estou cobrando nada, mas só me ajude a te entender para eu saber o que fazer. O que você realmente quer de mim? — Seu tom de voz era baixo e seu olhar analítico e ansioso. Eu inspirei fundo tentando obter algum tempo.

Como eu ia explicar para ela uma coisa que nem eu sabia? Desde aquele beijo dentro da salinha de limpeza meus pensamentos alternavam entre todas as divisas de sentimentos. Uma hora eu queria esganá-la, na outra eu queria beijá-la, na outra eu queria que ela fosse para o inferno e na outra eu queria que ela me levasse ao céu. Eu não podia colocar aquilo tudo em palavras ali, enclausurada num espaço mínimo com uma garota que me deixava à beira da loucura. Por isso, eu expliquei da melhor forma que eu podia, o que eu sentia naquele momento. Eu agarrei seu rosto e a beijei.

O beijo foi tão curto quanto intenso, capaz de drenar todo o ar dos meus pulmões e assim que separei nossos lábios, a mesma mão que segurava o seu rosto, lhe acertou um tapa.

-O que foi iss... — Eu não a dei oportunidade de continuar e juntei nossos lábios novamente. Enquanto nossas línguas trabalhavam em busca de satisfação, eu ajeitei meu corpo de modo que ele saísse do saco de dormir sem que desgrudássemos nossas bocas e sentei-me em cima do corpo de Joalin, logo sentindo suas unhas fincarem a carne de minha coxa.

Separei nossos lábios novamente e as mãos que acariciavam seus cabelos a há poucos segundos desceram por seu pescoço que o rodearam, apertando-o de leve.

-É isso que eu quero, Loukamaa. — Eu sussurrei aumentando a pressão dos meus dedos sentindo o ponto de pulso de seu pescoço latejar contra minha mão enquanto minha língua percorria seus lábios. — Ao mesmo tempo que eu quero beijá-la eu quero enforcá-la, entende o quanto isso é confuso? - Meu olhar suplicava para que ela entendesse e eu soltei seu pescoço, logo em seguida agarrando meus cabelos. Ela fechou os olhos e sorriu largamente.

-A única coisa que eu entendo é que achei isso sexy e psicopata pra caramba. — Ela abriu os olhos e suas mãos soltaram a lateral de minhas coxas e se posicionaram atrás do meu pescoço, puxando minha cabeça para baixo enquanto um novo beijo se iniciava e...

-Jojo, eu estou vendo tudo! — O grito de Any fez com que nós pulássemos de susto e colidíssemos nossos dentes.

-Mas que porra! — Ouvi Joalin murmurar enquanto apoiava o peso do corpo no cotovelo.

Sai de cima de seu colo e abri o zíper da barraca, me deparando com Any parada na frente da dela com os mesmos óculos escuros que ela usou durante todo o dia.

-Por que você está com óculos de sol de noite? — Perguntei tentando a entender a cena tão incomum com seus óculos escuros e seu pijama inteiriço que imitava a roupa do Homem Aranha.

-A Diarra estava lendo com o lampião ligado e eu coloquei os óculos para poder ficar um pouco escuro dentro da barraca. Eu só dei uma saída para ir ao banheiro. — Joalin apareceu ao meu lado. — A propósito, acho melhor vocês desligarem o lampião de vocês porque eu consegui ver tudo o que vocês estavam fazendo ai dentro através da sombra. — Ela sorriu e eu não sabia aonde enfiar a cara. Meu olhar percorreu todo o acampamento e uma sensação de alívio tomou conta de mim ao notar que apenas Any estava fora da barraca dela. E se fosse algum professor ao invés dela? Ou pior, Sina!

 𝙔𝙤𝙪 𝙃𝙖𝙩𝙚 𝙈𝙚 𝙒𝙝𝙞𝙡𝙚 𝙄 𝙇𝙤𝙫𝙚 𝙔𝙤𝙪 ~ 𝗦𝗵𝗶𝘃𝗹𝗶𝗻  Onde histórias criam vida. Descubra agora