Seis.

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Carolina sabia exatamente o que ela precisava fazer, os poucos minutos que ela havia passado dentro daquele elevador, fizeram seu corpo transbordar adrenalina, já dentro do carro ela colocou o endereço da sua atual residência e dirigiu sozinha pelas ruas de Londres. O que mais deixava a loira confusa era como uma pessoa com tanto dinheiro, fama e o mundo aos seus pés, poderia tratar uma completa estranha tão bem? Ela precisava colocar sua vida de volta aos trilhos e voltar a comandar-lá sozinha sem a intervenção de terceiros. O primeiro passo ela já havia decidido qual seria. Niall era um completo estranho e mesmo ela causando uma enorme confusão na vida do moreno, ele foi cavalheiro com ela, engraçado e acima de tudo a ouviu com tanta atenção e cuidado. Aquilo era o mínimo que qualquer pessoa de caráter poderia fazer por outra, algo que seu noivo jamais seria capaz.

Ela já estava decidida, se libertária daquele relacionamento fadado ao fracasso, ela não o amava, talvez ela se quer o amou um dia, Carolina estacionou o carro em frente ao prédio, havia chego o momento, ela pegou seu celular e com os dedos trêmulos ela selecionou o contato dele e então clicou nele, dando início à sua liberdade.

O telefone chamou, chamou, chamou e chamou, quando ela já estava desistindo, talvez aquele não fosse o momento certo para isso, talvez fosse uma enorme burrada, Carolina só percebeu que estava prendendo a respiração quando ouviu a voz dele do outro lado da linha.

-E ai, gatinha, como está sua vidinha de madame em Londres? - Ao ouvir aquelas palavras, ela só conseguia sentir mais nojo daquele homem.

-Nós precisamos conversar, Felipe. - Ela respirou fundo ao dizer.

-Está tudo bem?

-Não. - Ela foi direta. - Não está nada bem, há anos não está nada bem. - Ela cuspiu as palavras o mais rápido que pode.

-Você já está com saudades, não é?

- Felipe riu. - Quer que seu noivinho compre uma passagem de volta? Eu sabia que essa sua palhaçada não iria durar, eu já disse um milhão de vezes que você é burra demais para ver as coisas antes de acontecer.

-Você não se enxerga mesmo, você é um babaca. - Carolina já estava fora de sério. - Eu sou burra mesmo, burra por ter me relacionado com você. Vir para Londres foi a melhor coisa que eu já fiz por mim nos últimos anos, aqui seu babaca dos infernos, eu estou longe de você e essa relação nojenta que nós tínhamos.

-Fala direito comigo, sua ...

-Eu falo como eu bem quiser com você, eu cansei Felipe, cansei de ser controlada por você, pela minha mãe. - Ela respirou fundo. - Eu não vou mais ser seu troféu, Felipe.

-Você enlouqueceu de vez?! - Felipe gritou do outro lado da linha.

-Acabou Felipe, nosso noivado acabou.

-Você está louca! - Ele berrava do outro lado da linha e ela pouco se importava com isso.

-Eu sou louca mesmo Felipe, você sempre disse isso que eu era louca, eu era mesmo louca para ter aceitado tudo isso, essa palhaçada que você inventou, você fez aquela cena ridícula na frente de todos para me fazer aceitar, eu aceitei por dó. - Foi a vez da loira gritar ao telefone. - Eu tenho dó de você Felipe, dó da minha mãe e de todos ao seu redor que vivem esse teatro de vida perfeita na frente dos outros, mas no fundo são todos uns fudidos.

-E o que você vai fazer com todas as matérias das revistas que anunciaram nosso noivado para todo o Brasil? É fato que você vai casar comigo gatinha, você não tem muita escolha.

-Eu quero que você, as revistas e todo o resto vá para o inferno, Felipe. - Ela gritou. - Aqui onde eu estou, as matérias são insignificantes, eu estou longe de você e toda essa sua imundície.

Black and White | N.H. REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora