Decisões vitalícias.

Capítulo 7/3

   Três semanas se passaram desde que Scorpius nasceu e Harry começou a trabalhar novamente no hospital, em uma tentativa de se distrair da sensação de vazio que era um lembrete do fato de que ele não tinha permissão para ficar com seu filho. Ele se tornou um visitante frequente da Mansão Malfoy; geralmente era Draco ou Narcissa convidando-o para um chá ou jantar e ele estava fraco demais para dizer não à oportunidade de estar perto de seu filho. No caso de Draco, essa era sua maneira de envolver Harry com seu filho; por que Narcissa estava tão inflexível sobre a visita de Harry à mansão estava além de sua compreensão, mas ele não podia recusar.

Ele apreciava aqueles momentos em que podia pegar seu filho e sentir seu peso reconfortante em seus braços. Ninguém erguia os olhos duas vezes se ele se oferecia para alimentar Scorpius ou cuidar dele em geral sempre que o garotinho ficava inquieto - todos, exceto Astoria.

Sempre que ela estava por perto quando Harry a visitava, ela fazia questão de segurar Scorpius em seus próprios braços, recusando-se a deixá-lo segurar o menino mesmo uma vez - até que o choro de Scorpius tornou-se demais para ela e ela não conseguiu acalmá-lo , não importa o que ela fizesse, ela sempre era rápida para largar o bebê nos braços de Draco antes de sair do quarto com raiva.

Isso deixou Harry preocupado com Scorpius; Draco tinha dito baixinho a ele durante uma de suas noites livres juntos que Astoria estava tendo dificuldades para cuidar de Scorpius. O bebê quase sempre ficava agitado quando ela o segurava e só se acalmava quando Draco ou Narcissa o pegava nos braços.

Ou sempre que Harry o segurou.

O fato de Scorpius estar mais disposto a se acalmar nos braços de Harry do que nos dela deixou Astoria bastante frustrada às vezes e fez Harry rezar para que Draco a convencesse a ir em frente com o divórcio em breve.

Talvez ele estivesse com ciúmes do fato de que ela poderia permanecer perto de Scorpius o tempo todo, mas ele se sentia mal sempre que via sua frustração crescendo.

Um Astoria frustrado não era uma visão agradável - ou reconfortante.

"Tem certeza de que é uma boa ideia?" Harry perguntou com leve trepidação enquanto levemente cambaleava para fora da lareira.

Ele tinha acabado de colocar suas roupas normais depois de passar por uma das mudanças mais exaustivas em sua vida quando Draco apareceu, declarando que Harry iria se juntar a ele na Mansão Malfoy para celebrar Scorpius fazendo um mês de idade.

Draco deu um beijo rápido em sua boca. "Por que não? Já se passaram alguns dias desde sua visita e Scorpius realmente sente sua falta," ele murmurou, apertando a mão de Harry suavemente.

Harry mordeu o lábio. "Eu não quero deixar Astoria mais brava do que ela já está. Eu ouvi você discutindo com ela alguns dias atrás", ele respondeu, franzindo a testa pesadamente.

"Não pense nela agora, ok?" Draco respondeu e o puxou com ele. "Eu quero você aqui para celebrar Scorpius fazendo um mês de idade. Você não pode perder isso."

Harry balançou a cabeça, mas sorriu contra sua vontade; já relaxando com a perspectiva de ver o filho novamente. Ele sentira tanta falta dele nos últimos dias - a dor que sua ausência havia causado era quase insuportável.

Eles mal haviam posto os pés no primeiro patamar quando o som do choro angustiado de Scorpius flutuou na direção deles. Sentiu um aperto nas cordas do coração de Harry ouvir seu filho chorando tão alto, mas o que ele ouviu em seguida o deixou em choque.

"VOCÊ CALARIA A BOCA POR UM MALDITO MINUTO DE DEUS, SEU PILOTO INÚTIL?" Astoria gritou, o que só fez Scorpius chorar ainda mais.

Sem pensar duas vezes, Harry correu em direção ao berçário, Draco o seguindo de perto; com o coração disparado loucamente em seu peito, ele abriu a porta e se deparou com a visão horripilante de Astoria agarrando o braço direito de Scorpius com força, fazendo o menino gemer de dor, quando ela levantou o outro braço para bater nele.

"TIRE AS MÃOS DELE!" Harry rosnou e sua magia o deixou em uma pequena explosão, jogando a mulher para longe de seu filho apavorado.

"Harry, pegue Scorpius e tire-o daqui," Draco ordenou e marchou em direção a Astoria, que estava se levantando novamente com o rosto vermelho e feio de fúria.

Harry correu até o berço e tirou o bebê que se contorcia, já o silenciando e acalmando enquanto ele rapidamente saia do quarto.

"Você está bem agora, Scorpius. Ela não vai te machucar mais, eu prometo," ele murmurou e francamente lançou vários feitiços para verificar o quão ferido Scorpius estava.

Nem mesmo o conhecimento de que o dano estava limitado a uma contusão foi capaz de conter a raiva dentro dele. Astoria tinha ido longe demais. Ele poderia lidar com ela o menosprezando e machucando, mantendo Scorpius longe dele, mas o que ele não conseguia lidar era com o fato de que ela estava prestes a machucar seriamente seu filho.

Não importava que tipo de vínculo legal ela tivesse com Scorpius - se ela se aproximasse dele novamente, ele se certificaria de que ela se arrependeria de colocar as mãos em seu filho.

Olhos escurecendo em fúria fria e corpo ligeiramente trêmulo de raiva, ele desceu as escadas.

"Eu vou te levar para casa comigo, ok, querido? Você estará seguro comigo," Harry murmurou e pressionou beijos vibrantes na testa de Scorpius enquanto seu pequeno corpo ainda tremia de soluços, mas seus olhos verdes - a cópia exata de Harry - olhou para ele com confiança, como se o menino soubesse instintivamente que estava seguro agora.

Ele tinha acabado de descer a grande escada quando passos rapidamente vindo em sua direção o fizeram agarrar sua varinha e girar ao redor, quando a voz estridente de Astoria o alcançou.

"Isso é tudo culpa daquela puta! É culpa dele que você agora tem um pirralho inútil como filho!"

Ela apareceu no topo da escada, uma aura de fúria a envolvendo, e ergueu sua varinha.

"Astoria, você não ...!"

"Feitiço da morte!"