O chão da floresta é frio e macio, exceto por um galho ou dois cutucando a pele de Harry. Suas mãos e seus joelhos estão sujos; o solo agarra em seus dedos, no que eles afundam mais para mantê-lo firme.
O roçar da brisa gelada o deixa tremendo; pinica sua pele, seu pescoço, sua cintura, suas costas. Ele se sente exposto, cada parte de seu corpo exibida, livre para o toque das folhas podres abaixo dele, do vento acima dele, e de Malfoy atrás dele.
Os dedos de Malfoy são os mais frios dos três; seu toque é mais macio que o solo e mais firme que o roçar do vento. É o toque de Malfoy que não deixa Harry respirar direito, apesar de seus pulmões doloridos estarem implorando por ar. O toque escorregadio de um dedão entre suas nádegas quebra todo o conceito que Harry tinha sobre intimidade. É esquisito, ele pensa, e ridículo que ele nunca tenha imaginado que intimidade pareceria tão incômodo. Malfoy está encarando, Harry sabe. Seu dedão apenas toca, circula, aperta um lado e o outro, explorando com cuidado e curiosidade. A varinha acesa brilha ao lado deles e o luar é estranhamente brilhante. Harry sente vontade de rastejar no chão para se esconder, ou pelo menos fechar suas coxas. Ele não faz nenhum dos dois. Seu pau está pesado entre suas pernas e seu corpo está esquentando, desafiando o vento.
A palma da mão de Malfoy segura sua nádega esquerda, seu toque esquentando também, e seus dedões separam a bunda de Harry ainda mais, apesar de que tudo que ele planeja fazer é encarar e memorizar.
A varinha de Harry não está longe; um pensamento pode extinguir a luz dela e esconder o corpo de Harry nas sombras. Harry resiste à tentação e a luz de sua varinha se torna graciosamente brilhante.
***
O dormitório estava assustadoramente quieto. Nem mesmo um ocasional ronco era ouvido. Deveria ter sido preocupante, poderia significar que seus colegas de dormitório ainda não estavam dormindo, mas Harry tirou o Mapa do Maroto mesmo assim e acendeu sua varinha por debaixo das cobertas.
Ele nunca havia achado Malfoy tão rápido antes. Seu pontinho se destacou, mais notável do que qualquer outro. Uma única mancha de tinta, lá no terreno, movendo-se em direção à Floresta Proibida, apressando-se para um encontro da madrugada, talvez. Não era um bom presságio.
Tudo o que bastou foi um momento de consideração e Harry estava de pé, colocando duas capas sobre seus ombros — a quente e a invisível. Ele cruzou o dormitório e o salão comunal na ponta dos pés, mas no momento que ele alcançou a porta, ele correu.
Ele estava sem ar quando parou na beira da floresta para checar o mapa. O pontinho de Malfoy já havia desaparecido, o mapa não se estendia tão longe.
Não foi difícil encontrá-lo sem instruções, no entanto. Harry pegou o caminho mais largo, o mais seguro, onde as árvores não eram densas e você poderia ver uma ameaça se aproximando antes dela alcançar você. A caminhada foi curta. Malfoy havia virado à direita e esperado encostado em uma árvore larga, seu cabelo branco reluzindo ao luar.
O pé de Harry quebrou um galho. O som se destacou em meio ao leve farfalhar de folhas.
"Eu sei que você está aí," Malfoy disse, dirigindo-se ao ar vazio. "Potter" ele adicionou, cuspindo a palavra com um ar de presunção.
Harry poderia ter ido embora. Ou ficado em silêncio pelo menos. Malfoy não poderia saber que ele estava lá. Ele estava meramente adivinhando. Mas, da última vez que Harry havia visto Malfoy tão de perto, Malfoy estava jogado no chão em uma poça de sangue. Sangue que Harry havia derramado.
Alguma coisa sobre aquela imagem forçou a mão de Harry a alcançar o fecho de sua capa. Não era culpa, porque a culpa apenas o fazia querer correr e se esconder. Era medo. A visão da vida de Malfoy indo embora soou como um vislumbre do futuro. Se ele estava sob o controle de Voldemort, a morte estava onde Malfoy estivesse indo, e Harry quase o mandou para lá mais cedo.

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Denude | Drarry
FanfictionE se a cena de Sectumsempra tivesse tido um grande impacto em Harry e Draco? Tradução feita por mim da obra original da FaithWood. Fanfic inscrita no projeto @dezdrarry.