e, apenas.

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Hoje é o dia 1/9 o dia exato em que estou parada em frente ao local que foi considerado meu lar durante anos, estou deixando esse lugar pela primeira vez, sem família, sem amigos, apenas eu e minha mala.

Com meu bilhete em mãos e a carta na mala vou seguindo em direção a estação na velha Londres, a tarde está fria o céu cinza, e minha esperança de encontrar um novo rumo para minha vida acesas, para quem não sabe meu nome e julie Beloti.. olhos verdes e cabelos longos e escuros, tenho 17 primaveras e nunca conheci meus verdadeiros pais ... cresci em um orfanato no centro de Londres, segundo a diretora,madame nora, eu fui deixada na porta do orfanato quando tinha apenas alguns meses de vida ,acompanhada apenas com um cartão onde dizia meu primeiro nome e um belo colar de esmeralda e nada mais, então não sei ao certo se posso te dizer quem eu realmente sou sendo que nem eu mesma sei,por enquanto sou somente mas uma garota comum andando pelas ruas de Londres...

minhas experiências lá foram diferentes das outras crianças, não gosto de chamar o orfanato de lar, pois não foi um lar pelo menos não para mim. um exemplo disso foi quando eu tinha meus 6 anos e aprendi que se chegar atrasada ao jantar ficaria sem comer nada a noite inteira, aos meus 10 que nunca se deve atrasar para ser escolhida por uma família pois podem te prender no banheiro ... e já com os meus 13 que as pessoas não procuram crianças mais velhas para adotar, normalmente preferem crianças mais novas ou crianças mais imperativas , infelizmente eu nunca fui uma criança muito comunicativa então isso me complicava a conseguir uma família. quase sempre fui rejeitada e já estou acostumada com isso,não e uma coisa que me dói mais. aprendi com o tempo que minha família e somente de uma pessoa, eu mesma contra o mundo, sozinha do mesmo jeito que me deixaram naquela porta aquele dia .

Acho que já deu para perceber como minha vida é e como funcionou para mim desses anos para cá, uma única amizade que eu tinha era com Matilde, uma velha empregada que trabalhava lá nos finais de semana, Matilde,uma velinha de cabelos grisalhos ,baixinha e bem magra de olhos azuis como o céu...ela sempre me tirou de situações difíceis como um vaso quebrado ou ate que algum ''coleguinha '' me atirasse ao chão , ela costumava a me levar um doce quando podia,o pouco que eu sabia dela era que ja tiverá uma filha que infelizmente morreu depois de um acidente de carro...e Matilde gostava de me tratar como filha para preencher o vazio de sua perda eu acho, e isso me fazia sentir um pouco mais importante porem por conta de suas condições financeiras e de sua idade minha adoção por ela era quase impossível , por isso ela sempre me levava alguns doces como agrado , a outra coisa que eu sabia sobre ela era que ela vivia me contando histórias sobre magia, o mundo dos bruxos e uma escola chamada hogwarts .. onde se poderia tornar um bruxo e com com a magia nada lhe faltaria, e essas histórias me encantavam cada vez mais me fazendo acreditar que durante alguns anos eu poderia ser uma bruxa, ela dizia já ter sido uma aluna e feitos muitos feitiços , mas por conta de um homem muito terrível o qual ela chama de '' aquele que não se pode mencionar o nome''podia ver muito pavor em seu olhar ao falar dele ,sua escola sofreu um ataque terrível e sua unica opção foi fugir para o mundo dos 'trouxas'' que seria esse em que vivemos,porem depois disso ela nunca mais conseguiu voltar para Hogwarts , essa guerra durou anos e anos ate que ele '' você sabe quem ''foi derrotado por um menino chamado Harry potter ,mas matilde ja estava muito velha para retornar as aulas,so que algo me parecia que ela escondia de mim alguns detalhes .. a memória depois de velha ainda era recente, ela dizia constantemente " lá eu conheci a felicidade e a liberdade que eu nunca pude ter "e era com isso que eu mais sonhava, a liberdade e a felicidade, algo que não tinha na minha vida.

infelizmente nem tudo terminou bem, quando eu tinha meus 16 anos , dona Matilde já estava ficando velha demais e debilitada é certo dia acabou escorregando e caindo da escada, ficou internada por duas semanas no hospital municipal,minhas visitas a ela foram negadas ,mas e sonhava todas as noites com ela me chamando ,eu nunca conseguia ouvir o que ela me falava mas parecia ser importante, mas antes de sua morte sonhei com ela uma ultima vez , o hospital parecia escuro... seus olhos tristes e apavorados e pude escutar o que me dizia, segurou em meu braço , eu parecia não a reconhecer mais , com medo na voz falava tremula'' querida...aquele que a ama ,e o mesmo que a destrói...e o que te criou e o mesmo que te mata ... ele retorna...ele retorna....''e então a vi gritar e uma enorme luz verde se fez..acordei assutada aquele dia,e também recebi a noticia de sua morte assim que desci para as tarefas matinais, matilde morreu por circunstancias curiosas, Logo depois de sua morte minha vida ficou ainda mais cinza, ja não tinha mais nenhuma amizade, normalmente passava os restos dos meus dias aqui trancada no meu quarto ouvindo musicas e escrevendo algo que de alguma forma idealizava o que seria um mundo perfeito para mim..ou como seria ter uma família,ter o sentimento de lealdade e de amor (os quais os mesmos não eram presentes na minha vida) ... como seria se eu nuca tivesse sido abandonada na frente dessa porta naquele dia...talvez você deve estar se perguntando como eu nunca procurei saber sobre o meu passado, eu ate lutaria por ele porem a unica coisa que me resta de lembrança e meu colar verde esmeralda, me impressiono que madame nora não o tenha o roubado de mim, ela mesma ja diz não saber nada da minha historia e então acabou me cobrando tarefas que antes eram de matilde com a desculpa de que se ela não me tivesse aberto uma vaga aqui no orfanato aquele dia eu estaria morta.

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⏰ Última atualização: Dec 25, 2020 ⏰

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