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assim que tudo explodia, que eu gritava com você e você gritava comigo - mesmo que a gente fosse o tipo de pessoa que sempre prefere sentar e conversar - nós desabafávamos um com o outro e apontávamos tudo o que estava nos machucando.

eu te contava sobre querer largar a faculdade e como minha mãe estava sendo tudo menos compreensível com relação a isso. te dizia que - nas mais terríveis das noites - eu sentia que você já tinha cansado de mim e estava com outra pessoa, mesmo confiando em você de olhos fechados.

eu me abria para você e te mostrava como essa inexplicável insegurança tinha vindo subitamente a tona e acabado com tudo. você entendia, eu sei que sim. você sabia que eu duvidava de você por me diminuir e não por falta de confiança. você tentava me ajudar, me dizia palavras e frases bonitas que aqueciam meu coração por dez segundos e me faziam parar de apontar o dedo para mim mesmo.

mas, assim que você me deixava novamente - para a gente se ver quando der, daqui quinze dias, quem sabe - tudo voltava em uma onda só.

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