☮️...Não desistir, é a meta...☮️

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"Eu quase chorei junto com a mesma. Mas tenho certeza de que naquele momento, eu deveria ser forte o bastante para enxugar suas lágrimas. E sem nem pensar duas vezes, fiz isso!"

"Quando não sabemos o que dizer, as vezes um abraço e um carinho nos faz bem. Será que era isso que ela precisava?"

Eu: Ei, a gente precisa conversar... O que aconteceu?

"Ela levantou a cabeça devagar, e me mostrou seu pescoço, que estava roxo, e muito machucado."

Eu: Quem fez isso Isabella??? (Falei num tom desesperado.)

Isabella: Meu padrasto... (Ela não parava de chorar.)

Eu: Me fala tudo.

Isabella: Ontem, eu estava tomando banho a noite, depois que cheguei da casa do meu pai... Eu estava sozinha, pelo menos achei que estava... Então ele entrou no banheiro enquanto eu me vestia, tentei gritar, eu juro que tentei, mas ele pegou no meu pescoço, e passou a mão em mim. (Ela ficou ainda mais inquieta.) - Ele me disse que ele ia continuar brincando comigo até quando ele quisesse. E que eu não poderia fazer nada, pq eu era uma vagabunda atirada. Eu juro que eu nunca fiz nada pra chamar a atenção dele Mellissa, EU JURO POR DEUS. Pelo contrário, eu evito ele constantemente... Eu fico fora de casa enquanto ele está lá... Eu não provoquei, mas foi tudo culpa minha. Eu sou um lixo...

"Ela ainda repetiu aquilo mais algumas vezes, e eu fiquei estasiada, eu não acredito que isso tá acontecendo."

Eu: A quanto tempo isso tá acontecendo? (Passei a mão em seu cabelo, num gesto de paz.)

Isabella: Desde que minha mãe levou ele pra morar lá em casa, já tem uns cinco anos... Mas antes ele só me olhava sabe?! Depois comecei a perceber que ele queria ficar muito perto, depois eram os abraços... Um dia acordei de madrugada pra ir beber água, e quando voltei, ele estava no meu quarto. Tinha dito que só estava olhando umas fotos minhas. Uma outra vez, percebi que sempre que tomo banho, ele fica do lado de fora da janela. Como se sei lá, tivesse me olhando. (O desespero na voz dela, me trouxe um tormento tão grande, que minha vontade era ir encontrar esse cara e explodir a cabeça dele com um cano de chumbo, enrolado num arame farpado).

Eu: Já falou com a sua mãe sobre isso?

Isabella: Ela é cega por esse cara, nunca me escuta, ele não trabalha, não faz porra nenhuma, ela se mata pra manter a casa, e eu não quero mais preocupa-la com isso. (A mesma secou as lágrimas.)

Eu: Então quer dizer que você já tentou dizer isso pra ela, certo?!

Isabella: Já! Mas ela disse que era pra mim parar de usar shorts curtos, camisas que mostram a barriga e usar menos maquiagem, que isso pode acontecer com todo mundo. Eu não acreditei quando ela disse isso. Como ela pôde me dizer isso?

"Um absurdo estrondoso, como que uma mulher, consegue dizer pra outra, que a causa de um assédio, é por conta da roupa dela, e que isso pode acontecer com qualquer um? Em que mundo isso tá certo?

"Olhei pro relógio, e vi que faltavam mais três aulas pra irmos embora. Eu tinha que falar."

Eu: Hoje você não vai pra casa!

Isabella: Tá falando do que?

Eu: Uai, você vai pra minha casa. E vai ficar lá por um tempo.

Isabella: Mellissa, minha mãe?

Eu: Sua mãe? Aquela que com todo respeito, não te ajuda! Você entende que isso pode piorar se você continuar lá? Que esse homem pode fazer algo com você? Isso... (Uma lágrima escorreu em meu rosto, esse tipo de assunto é delicado pra mim, é uma mistura de raiva com tristeza.) - Você não vai voltar. E se voltar, eu juro por Deus que eu ligo pra polícia.

"Talvez tenha sido errado me intrometer dessa forma. Mas não tá certo, nós não podemos sentir medo, e simplesmente não fazer nada, temos que gritar, e fazer com que escutem a gente."

Isabella: Mas... Nós não somos amigas, e você não pode simplesmente me levar pra sua casa. (Vi ela se tremendo de medo).

Eu: Quanto a minha mãe... Eu falo com ela, e a gente dá um jeito. E eu não tô fazendo isso por sermos amigas ou não. Você é mulher, e vítima, não é seu nome ou como você é. E sim, a causa que eu defendo, não precisar gostar de mim. Apenas deixe eu te ajudar. Se você quiser.

Isabella: Ok. Faço o que for pra não voltar pra lá.

Eu: Ok. Então, hoje ele vai tá em casa?

Isabella: Só a partir das três, por quê?

Eu: Hoje vamos buscar suas coisas. Vai eu, você, o Arthur e a Michelle, junto com o Lucas, obviamente.

Isabella: Ok... Mas...

Eu: Sobre sua mãe? Você precisa falar com ela. Fala que vai dormir na casa de uma amiga durante essa semana, e depois fala que não vai voltar mais se ele estiver lá, e explica o motivo.

Isabella: Mas e depois? Eu não vou ficar morando na sua casa...

Eu: A gente vai dar um jeito, ok?! Vai dar certo.

"Ela assentiu com a cabeça, mas ainda via o nervosismo saindo em forma de suor em sua pele."

"Eu preciso conversar com o Lucas, preciso pedir um conselho, ou até um abraço. Tomara que ele não surte."

"Ouvi o sinal tocar, hora de voltar pra aula, sei que isso não tá fácil pra ela, mas eu tô muito mal com isso. Abracei a mesma novamente, e pedi pra que ela se acalmasse... Eu preciso me acalmar."

"Saí do banheiro segurando o choro a pulso, meu peito tá doendo, parece que vai explodir, eu quero muito desacreditar disso. Vi o Lucas, que veio em minha direção quase correndo."

Lucas: Mell, por que demorou tanto? O que aconteceu amor?

"Abracei ele, e eu não resisti, veio uma cachoeira de lágrimas. E ele me tirou dali."

Eu: Lucas, não dá, eu não consigo dar conta. (Tentei segurar as lágrimas, só que quanto mais eu secava, mais elas saíam.)

"Senti o cheiro do Lucas, encostei a cabeça em seu peito, e fazia um tempo que eu não procurava o meu refúgio nele dessa forma. Ele me acalmou, respirei durante alguns segundos. E comecei, falei tudo que havia conversado com a Isabella."

" Vi os olhos dele fraquejarem por segundos. Mas vi que ele se recompôs, e me falou:

Lucas: Eu amo você, amo como tu defende quem quer que seja, sem se preocupar com indiferenças, como cuida de tudo e de todos. Amo como você consegue enfrentar tudo e ainda sorrir no final... Você é incrível Mellissa Albuquerque. E eu amo você. Meu Deus, como eu te amo!

"Dei um selinho nele, acompanhado de um abraço. E ele falou no meu ouvido."

Lucas:Eu apoio você agora, em relação a cuidar dela. E sempre irei apoiar no que quer que seja! Eu prometo amor.

"Encostei minha cabeça na dele, e senti mais uma vez, a intensidade do infinito expressado em amor ao que ele sente. E eu não sei como, mas ele é o meu mundo, meu universo, junto a todas as constelações."

"Me recompus, mas não voltamos pra sala, eu e o Lucas chamamos Arthur e Michelle pra conversar, e contamos. Os dois concordaram 100% em ajudar, mandei uma mensagem pra Isabella, mais uma vez, confirmando. Senti ela mais calma."

"Eles me disseram que posso contar com eles sobre ela poder ficar na casa deles se eu precisar. Não acho que aconteça isso,   mas é bom poder contar com quem te faz bem."

"Eu rezo pra que tudo dê muito certo, e que um dia, eu e todos digam... "Hoje que me sinto tão bem..."

Continua...

...Em Nome Do Amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora