capitulo 8

222 23 0
                                        

A caminhonete seguiu por um caminho que eu não prestei atenção, estava preocupada de mais com hinata em meus braços com a respiração leve, um pouco falha e quase inexistente. Chorava por medo de algo acontecer com ela e por medo dele me encontrar

A caminhonete parou e eu sai dela deixando hinata para trás, me escondi atrás de uma arvore e vi o cara pegar hinata

Olhei em volta e vi que estavamos a beira de um penhasco, o carro estava quase na borda e a luz do farol que iluminava o rosto da pessoa mostrava que ele chorava muito.

Ele levou o corpo de hinata ate uma pedra e a encostou la sentada, passou as mãos pelo cabelo e se sentou.

Não demorou muito para hinata acordar, segurava a cabeça, parecia um pouco tonta e com dor, se assustou quando indentificou a figura parada em sua frente

-neji?! -ela falou se apoiando na mão e jogando o corpo para trás, tentativa falha de se afastar por culpa da grande pedra atrás de si

Nesse momento eu já estava em choque, são muitas coisa para apenas um dia. A raiva me consumia, aquele que violentou hinata estava ali agora e eu não consegui  fazer nada para proteje-la

-calma, eu não quero te machucar -ele caiu no choro -eu não quis fazer nada disso, me desculpe. A única coisa que eu quero é ver minha filha, quero ver seu rostinho, sentir a suas mãozinhas e ouvir ela me chamar de papai -ele colocou as mãos no rosto mas era visível o seu choro

Hinata engatinhou ate ele mas antes que eu pudesse ver mais senti o meu corpo sendo puxado e a minha boca sendo tampada

A pessoa que me segurava me virou e eu pude ver seu rosto. Naruto estava com olheiras profundas de quem não dormia pelo menos a quatro dias, seus olhos estavam marejados e o sorriso assustador que sempre teve se mantia no rosto

-eu finalmente encontrei a minha filha, ela esta la em casa trancada agora, é para onde nós estamos indo

Gritei um "não" abafado mas estávamos perto o suficiente para ser ouvido por hinata. Ele me deu um tapa no rosto em resposta mas fiquei apavorada quando o vi sendo puxado pela pessoa que eu menos podia esperar, neji. Ele puxou naruto ate perto de hinata onde começaram a real briga, neji deu um soco no rosto de naruto que deve ter sido forte pois naruto caiu, neji se jogou em cima dele e começou a dar seguidamente os socos mais rapidos que eu ja tinha visto em minha vida mas foi imobilizado por naruto que rolou e conseguiu ficar por cima de neji.

Eu não conseguia fazer nada e hinata tambem não, estavamos abraçadas olhando naruto tirar sangue de neji e simplesmente ficamos paradas. Neji ficou por cima outra vez mas quando foi dar um soco em naruto parou a sua mão parou no ar, vi uma lagrima caindo e quando olhei para baixo vi que naruto apontava uma arma para neji

-diga suas ultimas palavras -naruto disse sorrindo friamente.

Neji se virou para mim e hinata e seus olhos que ja estava cheios de lagrimas se encheram mais e escorreram pelo seu rosto um pouco palido, respirou fundo e disse

-diga a minha filha que eu a amo

Ai percebi onde eles estavam, naruto não percebeu isso ainda pois mantia o mesmo sorriso assustador no rosto.

Um barulho ensurdecedor pode ser ouvido e os gritos de hinata não pode ser ouvido nem pelos que estavam perto

-não!! -ela gritou e eu vi o rosto de neji se virando.

Estava com um pouco de sangue escorrendo das bocas mas mesmo assim ainda teve forças para sorrir. Ele não era uma pessoa má apesar de ter feito o que fez , ele se arrependeu profundamente e eu sei que hinata o perdoava profundamente tambem, sua filha iria se lembrar do pai como um heroi

O vi segurar os braços de naruto o mais forte que conseguiu e empurrar o seu propio corpo contra o grande penhasco atras de si, naruto gritou e o som de sua voz fez eco entre as montranhas. Como pode ter rio, Montanha e praia no mesmo lugar?

Hinata estava jogada no chão, chorando e gritando com a voz já rouca. Me abaixei e segurei o seu rosto molhado, a puxei para um beijo molhado e apaixonado. Nos separamos

-precisamos ir, temos que chamar a policia hinata -eu falei vendo que ela tinha se acalmado -por favor

Ela se levantou e pegou em minha mão a puxei para a caminhonete e por sorte a chave estava lá, acompanhei hinata ate a porta do passageiro depois passei para a do motorista, fechei a porta, dei partida, dei ré e virei o carro. Comecei a viagem com o destino ao lugar mais longe possível daquele lugar, mas antes precisava buscar uma pessoa

-avisa que não vamos voltar hoje -falei para hinata que conferia o sinal no celular que estava no bolso esse tempo todo

Hinata ainda procurava sinal e eu estava consumida por adrenalida, uma gargalhada saiu da minha boca e então eu olhei para hinata que estava com um sorriso em sua face. Comecei a rir desesperadamente sendo acompanhada por hinata que também ria ate a falta de ar nos abater

Estávamos tristes pela morte dos dois mas ao mesmo tempo estávamos aliviadas, o sofrimento tinha acabado, por enquanto... Na verdade o sofrimento nunca acaba de verdade, apenas aprendemos a conviver com ele, mas estávamos bem, bem por saber que isso não voltaria a se repetir, não daquele jeito. Estávamos rindo pela adrenalina mas também estamos rindo pelo desespero, o que faríamos agora, não temos mais de quem correr, é como se toda a nossa vida intera tivesse caido naquele penhasco

O choro veio logo depois das risadas, agora tinha duas crianças sem pais e não existe uma maneira fácil de contar isso para duas crianças, o que faremos de agora em diante me apavora, me apavora não saber de nada

a chefe do meu maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora