Capítulo 9

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Sexta-feira. Todo mundo espera alguma coisa dela, né? Nesse caso, todo mundo, menos Luna. Afinal, nove de fevereiro foi o dia em que sua querida mãe havia falecido.


- Por que essa carinha, Luna? - perguntou Míriam

- Ah, hoje foi o dia em que minha mãe morreu, há exatamente 5 anos. Ela se foi cedo! Tinha problema de coração e acabou tendo um ataque cardíaco que a levou definitivamente - disse Luna com o rostinho triste

- Eu sinto muito, Luna! E o seu pai? Você tem irmãos? - perguntou Míriam, percebendo logo depois que estava bombardeando a mulher de perguntas

- Bom, meu pai mora no Amazonas. Ele trabalha no Greenpeace Brasil e sempre foi envolvido com ongs de alguma forma. Ele é muito humanitário, mas nunca se preocupou tanto comigo, sabe? Ele se separou da minha mãe quando eu tinha 15 anos e depois cada um foi viver sua vida. Acho muito bonito o trabalho que ele faz em prol da natureza, mas gostaria de ter mais carinho dele! Quanto a irmãos, tenho um só, mas não somos muito próximos. A personalidade dele é parecida com a do meu pai. Os dois são meio indiferentes, sabe? Eu puxei mais a minha mãe- falou cabisbaixa

- Bom, não é como se meu pai tivesse sempre em casa também, sabe? Mas acho que ele não chega a ser assim. Aliás, você não pode ficar sozinha hoje! Vamos fazer alguma coisa! - disse Míriam

- Vem pra minha casa! Vamos ver algum filme, conversar, pedir comida... o que acha? - perguntou Luna

- Acho ótimo! - respondeu animada

Chegando lá, Míriam se impressionou com a organização de Luna. Sua casa era linda, cheia de flores, quadros e várias formas de arte registradas nas paredes. Encontrou também um caldeirão de bruxa e uma estátua da Deusa Selene.

- Esse altar era da sua mãe? - perguntou Míriam

- Era sim! Guardo ele aqui em casa como forma de lembrança e, normalmente, acendo uma vela e um incenso quando estou com saudades dela. Dessa maneira, me sinto mais conectada à sua energia.

 - Oh, meu bem... vem cá, vem! - Míriam deu um abraço em Luna, que não conseguia parar de fazer cafuné na aluna querida

- Muito obrigada por todo o apoio e carinho que você tem me dado desde o dia em que nos conhecemos! - disse Luna

- Muito obrigada por me deixar fazer parte da sua vida! - disse Míriam com lágrimas nos olhos

Emocionada, Luna se aproximou de Míriam e olhou dentro dos seus olhos novamente.

 - Desculpa te encarar tanto, mas é que seus olhos verdes me trazem a paz de estar em meio à natureza que eu tanto preciso!


Depois disso, Míriam não aguentou de tanta emoção e criou uma coragem que não acreditava ter. Puxou Luna pela cintura, segurou a sua cabeça com uma mão e a beijou profundamente. Foi um beijo lento, demorado e muito apaixonado. Algo que a aluna nunca pensara poder acontecer em sua vida, já que tinha tanta dificuldade em se conectar emocionalmente e fisicamente. Luna a olhou surpresa, sem saber o que dizer. Só conseguiu puxá-la para perto e beijá-la novamente. 2, 3, 4 vezes. Elas simplesmente não conseguiam largar uma a outra. Míriam, que nunca havia tido nenhuma experiência sexual, empurrou a professora na cama cheia de desejo já pensando nos finalmentes.

- Espera, Mi! Calma! Vamos devagar... eu estou fragilizada com o dia de hoje, gosto muito de você, mas estou carente por ter terminado com meu marido e talvez tenha confundido as coisas. Nunca fiquei com nenhuma mulher antes na vida. Você foi a minha primeira! - disse Luna

- Não! Entendo totalmente! Eu que peço desculpas, Luna! Acho que me exaltei! Devia ter ido com calma ou nem ter ido! - respondeu frustrada

- Não... espera! Eu acho que quero isso, mas estou passando por um momento um pouco complicado da minha vida... terminei com meu marido ano passado e desde então, nunca consegui ficar com ninguém. Não pense que é preconceito por você ser mulher, porque não é! Eu adorei o beijo! Só estou um pouco confusa com todas as reviravoltas que a minha vida deu nos últimos anos... eu me sinto muito sozinha, Mi! Muito sozinha mesmo! Sinto como se as únicas pessoas que tivesse nessa vida fossem meus alunos... - disse Luna que já não conseguia segurar o choro e começou a fungar

- Eu sinto muito mesmo! Se depender de mim, você nunca mais vai se sentir sozinha! Pode deixar que vou estar aqui sempre que você precisar! - respondeu Míriam emocionada

Luna se aproximou de Míriam dando um último selinho na aluna.

 - Agora acho que talvez seja melhor eu ir. Nos vemos na segunda então? - falou Míriam

- Segunda! Com certeza! - disse Luna

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