Capítulo dois

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Benício

__ Bom dia – Cauã diz entrando na cozinha – Porra, eu não sei porque você não quis se juntar a nós ontem. As mulheres eram as mais lindas – Cauã diz passando por mim e fico em silêncio – O Otávio já chegou? – nego - A mãe dele vai viajar e não quer levá-lo, eu marquei com uma gatinha hoje e...

__ Eu não vou cuidar do seu filho.

__ Você é o tio dele.

__ E você é um pai imprestável!

__ Você sabe que eu não queria isso, a filha da puta da Monique furou as camisinhas.

__ Você tem a porra de um filho gostando ou não.

__ Eu nunca quis isso! – diz socando o balcão e sai da cozinha. Eu escuto a campainha tocar e vou abrir a porta.

__ Oi Benício, o Cauã está? – Monique pergunta e eu a dou espaço pra entrar – Se comporte bonitinho – ela diz pro Otávio e sobe as escadas.

__ Oi – ele diz abraçando a sua mochila e anda até o sofá. Eu escuto a discussão do Cauã com a Monique e levo o Otávio pra cozinha. Eu o deixo comer os alimentos que há na mesa e o observo.

Eu nunca achei nada do Cauã no Otávio, a chance de ele não ser o meu sobrinho é imensa, mas o Cauã é burro o suficiente para não enxergar isso e esclarecer a história.

A Monique é uma prostituta e tudo o que importa pra ela é o dinheiro, e isso o Cauã tem. Eu o disse diversas vezes para fazer o exame de DNA, mas quando se trata do Otávio, ele simplesmente ignora.

__ Benício? – eu o escuto me chamar – O meu pai vai sair hoje também? – Otávio pergunta me olhando atento e balanço a cabeça. Ele volta a comer e eu me distraio enquanto mexo em meu celular. Há mensagens do Dave me chamando para um churrasco e o respondo concordando.

__ Desgraçada! – Cauã diz entrando na cozinha – Otávio você pode subir pro quarto. Eu vou sair – ele pega a chave e a sua carteira. Cauã sai pela porta e Otávio para em minha frente.

__ Hoje eu faço assim – ele me mostra cinco dedos e entendo que é o seu aniversário.

__ Parabéns – ele sorri e sai correndo até as escadas. Eu praguejo um palavrão e penso em algo para não ser tão filho da puta.

Eu me lembro de um lugar que eu ia quando era criança e penso que o Otávio pode gostar.

Eu subo para o meu quarto e me troco, chamo o Otávio e saímos de casa.

__ A gente vai comemorar o meu aniversário? – ele pergunta animado e, eu assinto fazendo o seu sorriso alargar.

Nós entramos no carro e eu dirijo até a lanchonete.

Quando chegamos, Otávio pergunta se pode ir nos brinquedos e eu o permito ir.

Eu me sento em uma banqueta e cumprimento o Moisés. Faço o meu pedido e espero o Otávio voltar.

__ Eu posso comer isso tudo? – ele pergunta se sentando e segura o milk-shake.

__ Pode – eu o observo comer e novamente afirmo, o Otávio não tem traço algum do meu irmão.

O Cauã e a Monique são morenos, o Otávio é loiro e tem os olhos verdes. Eu sei que não é impossível ter um filho loiro se os pais não são, mas o Otávio tem porra nenhuma do Cauã. A Monique simplesmente finge que está tudo bem e pega a grana da pensão no final do mês.

Após o Otávio comer e brincar nos brinquedos, nós saímos da lanchonete e eu dirijo até o lugar onde fui convidado pelo o Dave.

Quando chegamos, Otávio anda atrás de mim e eu recebo olhares curiosos.

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