Capítulo 02

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“Grandes coisas são feitas por uma série de pequenas coisas reunidas.”

- Vincent van Gogh

- Vincent van Gogh

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KALI LEMAIRE

— Eu não acredito que não tenha acontecido nada demais — Valery diz, sentando-se ao meu lado no sofá.

— Por quê?

— Você não trocou nenhuma palavrinha com ele? Sei lá... não notou nada estranho?

— Ele tem um desenho de uma coruja na parede.

— Eu não quero saber de coruja nenhuma, Kali!

— Então não posso te ajudar, Val. Eu não sei de nada.

— Ah, me poupe! Eu não quero saber de nada sobre esse cara. Já basta o Adam. Mas que você está me escondendo alguma coisa, isso está.

— Não estou.

— Está, sim.

— Não. Fica tranquila.

Seguindo o mesmo raciocínio que usarei com Donovan, omito da Val a parte do meu desentendimento com Andy Montgomery. Conheço-a muito bem e sei que é totalmente possível que decida ir até ele fazer alguma ameaça se souber do que aconteceu. E aí seremos processadas.

Apesar de ter 1,55m e um rostinho delicado, Valery Blake consegue ser incrivelmente assustadora quando quer.

Ademais, também prefiro não dizer nada sobre o motivo do meu fracasso na venda. Não quero ela e o Adam ainda mais preocupados comigo. Até porque, se isso acontecer, minha família vai ficar sabendo. E o número de pessoas preocupadas vai dobrar. Não que seja inteligente da minha parte lidar com isso sozinha. Sei que preciso conversar com alguém e uma hora vou ter quer parar de fugir. Acontece que desabafar sobre meu defeito de fábrica nunca é agradável a meu ver. Não sou boa com emoções, muito menos em expressá-las.

Mandei um cliente importante para o inferno — ok que ele mereceu — entretanto, já cruzei com várias pessoas desagradáveis e nunca cheguei no ponto de abandonar um objetivo da forma como fiz. Meu humor não está dos melhores, ando irritada e isso não é do meu feitio.

Maldito vício que me tirou até mesmo quem eu era.

🍁

— Isso não podia ter acontecido, Kaliyah!

Mantenho meus olhos no Donovan com medo de que ele possa desmaiar a qualquer momento.

Estamos no segundo andar da Splendor, na sua sala, onde ouço um sermão há umas duas horas e considero comprar um calmante — não para mim, mas para ele.

Donovan é a pessoa mais focada que conheço. Nunca falta, nunca aceita que cometeu um erro. Exige o máximo de si e de todos nós. Não que ele seja uma pessoa ruim. Pelo contrário. Gosto muito do meu chefe. Mas neste momento em específico considero acertá-lo com uma barra de ferro.

Insigne BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora