Untitled Part 1

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E sejam bem vindos à Santa Maria...

Léo e Bia estão no ar...


Capítulo 1 – Voltando para a casa

Pra casa, casa... Você sempre pode voltar... Toda estrada é uma subida escorregadia... Mas sempre há uma mão na qual você pode se segurar... Olhando profundamente pelo telescópio... Você pode perceber que seu lar está dentro de você...

93 Millions Miles - Jason Mraz  

"Enfim em casa"

Digitei antes de postar no facebook e jogar meu celular dentro da bolsa novamente.

Eu realmente estava feliz. E nada e nem ninguém tiraria essa paz do meu coração.

Cinco anos. Esse foi o tempo que morei em São Paulo. Depois que minha mãe, cansada da mesmice da cidade pequena, separou-se do meu pai, indo ao encontro de algo novo para sua vida.

Se ela encontrou, eu não sei.

Na verdade sinto que se você sempre está em busca de algo, é porque nunca está feliz consigo mesma. E no caso da minha mãe, isso se tornava realmente verdadeiro, por ela ser interiormente infeliz.

Me tirou da minha cidade, dos braços da pessoa que mais amava na vida, fazendo com que nós dois, eu e meu pai, João, sofrêssemos as piores conseqüências dos seus próprios desejos, sem se preocupar ou ao menos de perguntar nossas opiniões.

Tenho certeza que a escolha do meu curso para a faculdade mostrava bem essa busca da nossa família, para encontrar o caminho certo da felicidade.

Por isso, com dezesseis anos já estava certa que psicologia seria minha vida.

Apesar de que depois de dois anos de curso, ainda ficasse difícil para eu compreender as loucuras de Maria Elisa.

Nossas brigas eram constantes, mesmo com os pedidos de João para que eu mantivesse a calma e o respeito. Porém a situação se tornou insuportável quando eu resolvi que estava na hora de voltar para casa.

Ela surtou, dizendo que eu estaria regredindo e que aquela cidade nunca me traria futuro.

Mas para mim Santa Maria sempre seria minha casa, meu berço, a minha alegria. E por isso passava todos os dias entrando no site da Universidade Federal da cidade para ver se já haviam aberto meu curso. E minha felicidade parecia não ter tamanho, quando meu pai avisou que já estava tudo pronto para eles abrirem as vagas e que cuidaria pessoalmente da minha transferência, não deixando que perdesse nenhum semestre por conta disso. Colocando-me em algumas matérias opcionais para nada atrasar minha formatura.

E lá estava eu...

Tirando minhas malas da esteira no aeroporto, a espera do pai.

Sorri, ajeitando meus óculos quadrados, enquanto me equilibrava entre segurar as malas e minha bolsa, rezando para que João já estivesse me esperando.

Comecei a andar entre as pessoas que transitavam pelos corredores do aeroporto, tentando chegar ilesa até a saída, quando senti um impacto vindo direto ao meu corpo, quase me jogando no chão.

-Não olha para onde andas não, guria?

Ops!

-Me desculpe – senti os músculos do moço assim que apoiei nos seus braços para me levantar. – Deixa que eu te ajudo – vi que ele havia derrubado todos suas caixas no chão.

Léo e Bia ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora