002. a mãe cruel

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𝟷𝟿𝟽𝟸 - 𝟷𝟸 anos

Nashira podia escutar as cortinas grossas e cinzentas da chuva colidirem com o telhado do casarão, enquanto Sirius discutia com sua mãe após a mesma descobrir que ele era um "traidor de sangue", como ela dizia.
Os gritos dos dois ecoavam por todo o local, Sirius tentava se manter calmo, mas falhava miserávelmente quando aprofundava sua visão nos olhos de sua "terrível" mãe, como ele pensava.
Nashira, que estava escutando tudo encolhida em seu quarto, rezava para que toda aquela confusão não resultasse numa loucura.

A garota olhou para Régulos que tinha apenas 10 anos. O menino estava sentado na beira da cama lendo um livro como se nada estivesse acontecendo. "Não sei como você consegue ficar bem enquanto está acontecendo uma quase guerra lá embaixo." Resmungou.

-Você está manchando o nome da nossa família!-gritava Walburga.

O garoto apertava seus próprios dedos, machucando a si próprio para poder colocar a raiva para fora. Ele sentia as dobras dos dedos pálidos quase se rasgarem e os ossos se estalarem a cada mísero segundo.

A mulher se contorceu por dentro ao ver o garoto olhar no fundo de seus olhos. Aqueles olhos cinzentos de Sirius eram difíceis de se encarar, eles traziam o ódio em carne e osso.

-Eu não ligo!- gritou Sirius com raiva.

-Ah!...você não liga?-pergunta Walburga com uma voz e um olhar assombroso.

Sirius abaixa um pouco a cabeça e pisca algumas vezes. Como tentativa de pensar com mais rapidez.

-Não...- responde.

- Você ligaria se fosse castigado por isso?- pergunta Walburga com um ar tenebroso de arrepiar até o último fio de cabelo.

- Não.-responde rápido.

-E se você visse alguém sendo castigado. Você ligaria?- pergunta a mãe se aproximando lentamente.

O salto batia no tapete a cada pequeno passo que a mais velha dava.

- O que você está tentando fazer?- pergunta Sirius, seco.

Walburga dá uma risada e depois o olha no olhos, fazendo o garoto sentir o frio daquele olhar penetrante.

- Tem certeza que não sabe?

Walburga apareceu na porta do quarto da filha, assustando a mesma e Régulos

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Walburga apareceu na porta do quarto da filha, assustando a mesma e Régulos.
O garoto olhou para a irmã mais velha e depois para a mãe que avançava na direção de Nashira.

Agarrou o braço da morena, tornando a cena confusa para menina.

-O que está acontecendo? Por que está me levando?-perguntou enquanto andava pelos corredores ao lado de sua mãe

Walburga apenas lhe direcionou um olhar fuzilador a fazendo se calar instantâneamente.

A mulher arrastava Nashira pelo braço, a garota tentava acompanhar a mãe aos tropeços.
Ela jogou Nashira no meio do chão da imensa sala, como se fosse nada. A garota permanecia de joelhos e olhava para Sirius, confusa.
O garoto apenas estava parado a frente de sua irmã, as mãos fechadas e a respiração desregulada...ele só sabia olhar para o carpete escuro que cobria o chão de madeira.

- Diga-me Sirius! Você ama a sua linda irmãzinha?- pergunta Walburga apertando os ombros de Nashira e se curvando.

Sirius ficou calado, ele sabia que se dissesse alguma coisa, seria pior.
Walburga riu.
Os maxilares cerrados e os olhos marejados do garoto faziam Walburga sentir prazer.

- Olhe só para esse lindo rostinho...-apertou as bochechas da menina.-como será que ele ficaria se sentisse um pouquinho de dor?- disse chegando perto do ouvido de Nashira.

Naquele momento o irmão mais velho olhou para sua irmã, o desespero invadiu seu corpo trazendo as batidas fortes e constantes de seu coração.

- Mãe...o que você vai fazer?-pergunta Sirius, finalmente.

- Ah...espere um pouquinho para ver!- avisou Walburga puxando sua varinha.

Nashira engoliu seco e tentou sair dali, mas parou ao sentir as unhas de Walburga perfurarem seus ombros por conta da força que a mãe usou. Nashira gemeu de dor.
O medo rapidamente tomou conta da mente da irmã mais nova. Naquela altura as lágrimas já estavam descendo.

- Ei, eu, ei... você não vai poder ir agora.- disse Walburga.- eu ainda tenho muito o que fazer com você.

Sirius suspirou trêmulo ao ver sua mãe apontar a varinha para sua irmã.

-Crucio...- sussurrou Walburga, triunfante.

O famoso Crucio, bem comum em sair dos lábios dos Black.
E por uma coincidência, ouviu-se uma forte trovoada. Tornando aquela cena pior do que já era.

Nashira sentiu os ossos se apertarem dentro de seu corpo, a dor era insuportável.
A risada prazerosa da Black mais velha pelos ouvidos de Sirius. Ele chorava em silêncio.
da mulher que ele chamava de mãe.

Walburga riu anasalado, talvez ela estivesse gostando de ver a filha tentando não se render a dor.
A garota se contorcia, mas não ousava dar um grito sequer, ela sabia que era o que sua mãe queria. Ouvir gritos de dor, numa tentativa desesperada de cobrir o próprio vazio em seu peito.

Walburga queria extravasar o que ela sofria, por mais que amasse a sua filha. Ela queria se sentir superior, queria sentir o sobrenome Black percorrer pelas veias dela.
Sirius pediu para que ela parasse.

- Quer que eu pare?-perguntou Walburga num sussurro.

-Sim...por favor! Pare!- gritou Sirius.

Walburga abaixou a varinha e Nashira caiu no chão. Sem forças.

- Que isso sirva de lição- falou sua mãe.-para os dois, seus traidores de sangue.

O garoto correu até sua irmã que estava caída no chão, trêmula.
A dor ainda estava a assombrando e suas lágrimas desciam por seu rosto.

Sua mãe saiu da sala deixando os irmãos sozinhos. O garoto abraçou sua irmã com força enquanto ainda estava de joelhos no chão.

-Não vou deixar a mamãe fazer isso com você, não outra vez!

Nashira respirava fundo numa tentativa de se acalmar. Apesar de querer sair de lá o mais rápido possível, ela não podia.

the other black, James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora