⚡️𝘱𝘳𝘰𝘭𝘰𝘨𝘶𝘦⚡️

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morte
1.interrupção definitiva da vida de um organismo.
2.fim da vida humana

A gente nunca pensa que vai perder um parente tão próximo até perder.
Esse foi meu pensamento assim que o médico que acompanhava o caso da minha mãe anunciou que a única pessoa que eu amava no mundo, faleceu.
Há um ano atrás, minha mãe, descobriu um câncer no estômago. Infelizmente já estava em um estágio considerado avançado e a quimioterapia já não ajudaria mais, então ela mesma preferiu seguir a vida, como se aquela doença não estivesse alojada no seu corpo. Porém, a 2 meses atrás ela teve uma piora considerável, passava mal constantemente e decidiu que o melhor seria ir ao hospital, ela foi internada mas os médicos diziam a todo segundo que provavelmente não havia mais soluções, Angel morreria em pouco tempo.

Dito e feito, ela faleceu hoje. Não tive reação, mesmo estando "conformada", entrei em um estado de choque. Queria chorar mas não conseguia, apenas não acreditava que a única pessoa que eu tinha,  não estava mais viva.

—Eu sinto muito, com licença—O Doutor lamentou e me deixou sozinha na recepção do hospital, eu me sentei na cadeira que estava tentando descansar antes de receber a notícia, passei as mãos pelo meu cabelo tentando raciocinar o que estava acontecendo na minha vida.

Eu estou sozinha agora, sozinha no mundo. Respirei fundo tentando entender a situação. Mesmo estando do jeito que estava, eu ainda esperava que um milagre acontecesse na vida dela.
Olhei no meu celular para ver a hora e constatei que eram 20:00, tive vontade de ir para casa, deitar na minha cama e desejar que tudo fosse um pesadelo. Mas infelizmente não era, e agora eu teria que arcar com tudo.

Me dirigi até a recepcionista e lhe expliquei o que aconteceu, logo em seguida pedi para me ver minha mãe, a funcionária me lançou um olhar repleto de pena e me informou o quarto que ela estava no momento, agradeci e fui o mais rápido possível até o lugar indicado.

Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim logo em seguida, a visão que eu tenho é de partir o coração e faz meus olhos marejarem, me sento na ponta da cama e repouso minha mão encima do braço dela, sua pele está tão gelada como nunca esteve.
—Mãe, por que justo com você?—Sussurrei sentindo as lágrimas molharem meu rosto mas não me importei em segurá-las.

  Não aguentaria ficar ali mais um pouco, apenas vendo ela tão gelada, abatida. Eu queria me despedir dela enquanto ela ainda estava viva, não pude, tenho que me contentar em vê-la pela última vez morta.

Tia Jane, a primeira pessoa que eu pensei.
Ela é uma amiga da minha mãe, há algum tempo atrás elas brigaram e eu não faço ideia do motivo, afinal, eram melhores amigas. Sempre considerei Jane como minha tia, até porque, minha mãe não tinha parentes vivos e eu não conheço meu pai, nem faço ideia de quem seja.

Pensei em ligar pra ela, melhor não, acredito que seja bem melhor falar pessoalmente. Ela não me deixaria na mão, deixaria? Claro que não, ela é uma pessoa maravilhosa e apesar de ter brigado com minha mãe, ela ainda a amava.
No momento, ficarei o máximo possível com minha mãe.

Até que meus planos foram interrompidos, uma enfermeira adentrou o quarto e me disse, penalizada, que o horário de visita havia acabado e que por enquanto, minha mãe ficaria no necrotério do hospital. Eu não queria sair dali, não queria deixá-la pra sempre, mas com certeza ela não gostaria de me ver chorando.

—Eu amo você mãe, pra sempre...—Deixei um beijo na testa dela e virei para a direção da porta, sentindo mais lágrimas molhando meu rosto. Respirei fundo e olhei para enfermeira, forçando um sorriso leve e ela passou a mão no meu ombro, aparentemente tentando me consolar.

Well, I think I'm a OdinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora