Capítulo Único

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  Era um ritual seu, depois de uma longa noite vigiando a cidade de Gotham e um banho mais que merecido, Damian sempre passava no quarto dos filhos antes de se deitar. 

  Primeiro foi no quarto de Rya'r. O pequeno de 1 ano e três meses dormia tranquilamente na cama montessoriana. Eles fizeram a transição do berço para cama mais cedo com ele porque o pequeno em seus 8 meses saia do berço com facilidade e agilidade. Era incrível como ele só colocava a perninha para fora e já estava livre da sua "prisão".

  — Ele é realmente meu neto. — Foi o que Dick disse quando soube do ocorrido. O que causou um grande alvorosso para chegar a conclusão de quem ele herdou os genes do "escapismo". Terminou com Mar'i ordenando todos pararem e a ajudarem a escolher o tipo de cama que acomodaria seu filho, visto que mesmo usando as pulseiras para inibir os poderes no bebê, ele ainda era bastante esquivo.

  Rya'r não chupava chupeta desde os 6 meses, quando decidiu por si só que não a queria mais. Porém, o pequeno passarinho de pelúcia estava preso debaixo do seu braço de forma protetora. Toda as vezes que acordava sem estar agarrado a ele, o pequeno sempre chorava mostrando o quanto seus pulmões eram fortes. Precisava que alguém o pegasse e o mostrasse o Pussi, nome do bichinho de pelúcia, até ele parar de chorar.

  Damian sorriu para o filho que dormia tranquilamente e puxou mais o lençol para cobrir o pequeno bebê. Rya'r se mexia demais durante o sono, fato que o fez usar luvinhas até mais de 4 meses para não se machucar com as unhas. Damian acariciou os cabelos espetados do filho e escutou ele soltar uma lufada de ar e estremecer um pouco as pálpebras. Parecia que ele ia acordar, mas o bebê só se remexeu um pouco antes de voltar a posição que estava antes e continuar com seu sono, que graças a Deus, estava sendo a noite toda fazia uns 7 meses.

  Damian se levantou e foi em direção a interruptor e apagou a luz, que tinha acendido quando entrou, deixando o quarto iluminado só com a luz que vinha do corredor. Sorriu mais uma vez ao constar que seu filho estava dormindo bem e fechou a porta que tinha escrito o nome Rya'r Wayne dentro de um desenho com vários galhos e passarinhos. Na época que Marth'a nasceu, ele se recusou a fazer aquele tipo de bobagem, mas quando sua esposa disse que ia mandar fazer, ele jogou as mãos pro alto e ele mesmo fez vários desenhos antes de colocar na porta. Quando Mar'i ficou grávida pela segunda vez e decidiram o nome, Damian já chegou com os rabiscos prontos e  mandou Mar'i escolher qual é que gostava mais. O que de pássaros foi escolhido, apesar de que foi meio óbvio. Diferente do da filha que foi algo mais parecido com galáxias e planetas. Que teve que ser trocada a porta porque Rya'r iria ocupar o quarto mais próximo dos pais e a pequena de 3 anos não queria que fizessem outra, ela queria aquela. E mesmo Mar'i tentando a convencer de que seu pai faria outra, até mais bonita do que aquela, a pequena não voltou atrás com sua opinião.

  — Nem precisa de DNA. — Foi o que Bruce falou ao ver Damian desparafusando a porta para troca-la. — Ela é realmente sua filha.

  Damian estava pronto para entrar no quarto da filha quando ouviu um barulho. Ele colocou o ouvido na porta até ter certeza do que ouvia e mesmo confirmando que era um choro baixo, isso não o tranquilizou. Principalmente por não estar com nenhuma arma ao seu alcance. Talvez finalmente convence-se Mar'i mais tarde sobre colocar armas escondidas perto do quarto das crianças depois daquela noite. 

  Damian segurou a maçaneta e respirou fundo antes de abrir a porta pronto para enfrentar o que tinha feito sua pequena chorar. Quando entrou não encontrou ninguém, ninguém além da filha encolhida debaixo das cobertas com estampa de flores. Ele fechou a porta atrás de si e foi em direção a ela, sentou na cama puxou devagar o edredom. O rosto da filha estava repleto de lágrimas e os olhos verdes brilhantes estavam pequenos pelo inchaço causado pelo choro.

  Damian se xingou mentalmente por não ter a ouvido do quarto de Rya, mas era que Marth'a era sempre discreta demais em relação ao demonstrar suas fraquezas. Desde que nasceu ela não chorava a noite pedindo comida ou para trocar a fralda, ela simplesmente gritava anunciando seus desejos, chorar, jamais.

  — O que foi filha? — ele perguntou enquanto enxugava as lágrima dela com as costas da mão.

  Ela olhou para baixo e Damian interpretou como se Marth'a estivesse se questionando se poderia falar ou não. Até ela levantar a cabeça e realmente contar o que estava acontecendo, mil e uma coisas se passava na mente dele.

  — Tem um monstu debaixo da cama.

  Damian suspirou aliviado e já ia abrir a boca para falar que não tinha e ela poderia voltar a dormir. Foi quando ele viu nos olhinhos dela um medo bem real do monstro debaixo da sua cama.

  Esse medo era ridículo, ele sabia disso. Mas como falaria para ela?

  — Não tem nenhum monstro Math. — Ele tentou a acalmar usando o apelido carinhoso que Dick tinha lhe dado e foi "roubado" pelos os outros integrantes da família.

— Tem sim, baba! E ele quer me pegar! 

  Marth'a se levantou e o abraçou em um salto. Damian permitiu ela derramar algumas lágrimas em si, porque sabia da importância da filha se sentir segura quando estava com ele ou com a esposa. 

  Marth'a geralmente era uma garotinha muito forte, e mesmo quando quase caío de 1 metro de altura quando desenstabilizou o voo, ela não chorou, mesmo com o susto em seus plenos 2 anos.

  — Ele não vai te pegar, prometo. Baba não vai permiti — Damian a confortou menchendo em seu cabelo escuro. Marth'a se afastou do braço do pai e o olhou ainda com os olhinhos com algumas lágrimas preste a cair.

  — Mas ele só aparece quando você ou a mama não estão. Ele sempre vai embora! 

  Damian suspirou.

  Ele pegou a filha e a puxou para seu colo. De alguma forma toda aquela situação não era tão estranha. Ele próprio já tinha passado noites em claro por causa do "monstro" que vinha quase todas as noites tentar lhe matar. Porém, diferente do monstro da filha, o dele era bem real, ao ponto dele lhe machucar até sangrar. 

  O homem engoliu em seco e  fitou os olhos da filha tentando transparecer confiança antes de falar:

  — Quando tinha sua idade, um monstro me perseguia e queria me pegar. E durou até eu ficar maior.

  Talvez não fosse o melhor jogo de palavras que tinha formado, pois Marth'a arregalou os olhos e outras lágrimas começaram a se forma, provavelmente ela estava pensando o quanto o monstro ainda a atormentaria.

  — Mas ele foi embora.

 — Como? — a pequena perguntou o olhando de forma esperançosa e curiosa. 

 — O amor das pessoas a minha volta. Eu sabia que se os tivesse nenhum monstro ousaria me pegar durante a noite. Os monstros só querem assustar, mas quando eles vêm a força que emanamos, conseguimos espanta-los.

  Marth'a pareceu tentar entender as palavras do pai, Damian sabia que ela não perguntaria mais nada, visto que ela gostava de descobrir as coisas por si só. 

  — Fica até eu adormecer novamente? 

  Damian assentiu e esperou ela se acomodar na cama e fechar os olhos. Ele ficou no chão esperando enquanto a observava. A face rechonchuda parecia mais leve de quando a encontrou assustada debaixo do edredom. 

  Damian se sentiu orgulhoso, ele admitia que no quesito de acalmar as crianças, Mar'i ganhava em disparado, porém, naquela noite ele tinha pelo menos à feito ter a segurança de voltar a dormir. E quando ela finalmente se rendeu ao sono, Damian se aproximou e beijou sua testa lhe desejando boa noite.

  

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N/A: Fiz essa fic pr uma amiga de presente de aniversário. Faz um tempo q postei no Spirit , mas não acho justo só ter lá.

  Enfim, tomei vergonha na cara e postei aqui.

Comentário não muito demorado pq eu estou ocupada.
 

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2020 ⏰

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