Incomoda-me saber que a vida resume-se a isso: correrias inúteis
O nada em prol do nada
Sentidos maiores embuçam-se dos olhos cotidianos
Os anjos podem até percorrerem campos de batalha, mas permanecem invisíveis
Sinto o inefável
A ansiedade do amanhã
Mas vivo o hoje
E sempre aqui estarei
Preso no tempo
O instante é meu calabouço
Quero expandir-me, porém há sempre uma fraqueza, uma eterna ressalva, um desesperança
E se no fim das contas tornar-me quem sonho ser
e se após isso nada mudar?
E se todo homem for vazio?
E se todo anjo for vazio?
e se Deus for solitário?