Conheceram-se numa lanchonete. Ela não tinha como pagar. Com duas malas nas costas, ele pensou que talvez ela fosse estrangeira. Ou estivesse fugindo. Nunca apoiou pessoas impulsivas, mas resolveu ajudá-la. Pagou-lhe as duas fatias de bolo e o café. Ela não negou tanto quanto ele esperava e muito menos recusou quando ele ofereceu um suco. Sentaram-se, dialogaram. O Nome dela era Fiona. O dele, Diego. Acabaram passando aquele sábado juntos. Passearam pelo centro, almoçaram e assistiram ao crepúsculo no gramado do parque. Conversaram, riram e admiraram, em silêncio, os olhos um do outro. Diego a convidou para ficar no apartamento dele. Embaraçou-se ao tentar explicar que era apenas temporário, já que ela nem tinha dinheiro para um café da manhã, quem diria um quarto de hotel. Explicou que o apartamento era modesto, mas tinha um cômodo vazio, e não havia problema de ser usado por ela. Ela hesitou, mas acabou cedendo. Uma noite se tornaram noites. E semanas. E meses. A situação acabou se aconchegando em parceria. Fiona agora trabalhava e junto de Diego, dividia a casa, a comida e a roupa lavada. E acima de tudo, compartilhavam conquistas, segredos e sofrimentos. Quase como um casamento. Só que não estavam juntos. Quer dizer, quase isso - ao menos, não quando um se apaixona pelo outro, mas não é correspondido.