Ainda te amo, Bel

Abril chegou. Mas o sentimento ainda está aqui. Te amo ainda com todo o meu ser, Bel. Faço promessas malucas para te esquecer, porém tudo em vão. Você está completamente empregada em mim. 
          
          Já chorei, esperneei, rezei e escrevi sobre você. Mas você não sai de mim. Me esgotei de tudo, menos de você. Poderia te ouvir por horas a fio. Sinto sua falta como nunca. Nessas horas eu volto ao passado, quando ainda éramos jovens, revivo cada lembrança como se fosse a última, as penas para poder te ter em meus braços. 
          
          Desculpa se ainda te amo, é mais forte o que eu. 

Um ano se passou e tudo mudou. Não, não te esqueci se é isso que está imaginando, mas as coisas dentro de mim se acertaram e é mais fácil lidar com o que sinto por você. 
          
          Continuo te amando, talvez até mais. É difícil mensurar. Essa distância que existe entre a gente, que odiava no início, hoje me faz bem. Não ter você tão perto, facilita te amar sem te demonstrar. 
          
          Ok, ainda tenho medo de te ver e desmoronar. Mas eu sinto tanto a sua falta que dói. Dói como uma flecha atravessada no ombro e não consigo tira-la. Ainda não decidi, se prefiro te ver ou apenas manter a distância. 
          
          Deixei nas mãos do destino.  

Passei a maior parte da semana chorando e pensando em você. Lembrando quando foi a última vez que te vi e já não tenho mais tanta certeza. A ultima foto que me enviou, você estava em lágrimas. Me lembro imediatamente de sentir o meu peito apertar e querer desesperadamente poder te abraçar.
          
          É claro que gostaria de poder ter algo a mais com você, porém a certeza de que nunca acontecerá é tão forte, que prefiro não alimentar essa ínfima chance. Sinto falta da sua presença por perto. A pandemia me deixou com medo de te perder e não conseguir te ver mais uma vez ao mesmo tempo que tenho medo de te encarar  frente a frente. Tenho muito medo de desabar e entregar tudo o que sinto apenas te olhando.
          
          Te amo tanto, que dói. Tenho alimentado esse amor a tantos anos sem ao menos perceber que por alguns minutos tenho a leve sensação que será para sempre. Como queria nunca ter notado esse amor. Seria mais fácil viver assim. Será mesmo? Não faço ideia, mas prefiro acreditar que sim.

Acho que a pior parte foi aceitar tudo o que estava acontecendo comigo. Foi como se a negação fosse mais importante, entende? Ou melhor, fosse mais fácil do que tentar entender o que se passava dentro de mim.
          
          Entender o amor não é complicado. Confuso é alinhar o sentimento ao que tem acontecido ao nosso redor.  Essa é a parte complicada. 
          
          Acredito que meu humor vai oscilar muito ainda... vou precisar ter muita paciência comigo mesma, para não surtar.  Porém o principal, o sentimento que carrego comigo, esse tá bem desenrolado. Posso até tocar. É engraçado a confusão que tive que passar para chegar até aqui. O que seria do "final", se não fosse a trajetória? 
          
          Tenho me sentido cada vez mais leve. O medo do desconhecido, do futuro, do que pode acontecer ainda está aqui e tento não me sentir ansiosa por algo que ainda não aconteceu. Pelo menos tenho me esforçado bastante para me manter sã. Acho que por hora, é isso.

Chegou aquele momento em que o choro corre livre. Choro pelo que tenho. Choro pelo que não tenho. Choro por você se importar. Choro por você não se importar. Apenas choro. 
          
          Tristeza define nesse momento. Porque as vezes te acho tão esperto e capaz de ver tudo a sua volta, que me decepciono quando você não nota o quanto te amo. 
          
          Aí começa a doer. Porque eu te queria só para mim, te queria como nunca quis ninguém na minha vida. Chego a duvidar se meus sentimentos são verdadeiros como tamanho é a minha loucura por ti. 
          
          Eu estou com tanto medo. A parte mais irônica é que o que eu mais gostaria nesse momento era poder te abraçar. Sinto tanto a falta da sua presença. Porém espero que continue bem longe de mim. 

“Lágrimas não transbordaram, palavras não foram pronunciadas Demônios que há muito não falavam Em tudo que existe você é demais para lidar essa hora da madrugada.”

Basta uma palavra, eu irei enterrar até o mais profundo dos sentimentos, de forma com que ele jamais possa nadar até a borda de meu desejo.
          
          One word. 

Estaria mentindo se dissesse que não penso mais em você. Estaria mentindo se dissesse que ouvir aquela música que traduz meus desejos não me lembre de você. Ou mesmo aquele poema, que deveria me lembrar do que tenho, mas na verdade me lembra exatamente do que não posso ter. 
          
          Tudo isso dói. Alguns dias mais que os outros. Alguns dias, choro como um bebê que sente fome. Outros sou uma grande rocha, me convencendo que é melhor assim. E ainda há dias que passo olhando para o nada, esperando uma pequena fagulha que me ajude a passar por esse amor platônico o mais rápido possível. 
          
          Tem dias que me iludo, digo que passou e que superei. Fico com esse sentimento até ter um gatilho. E tudo desmorona novamente. 

Incrível como você me faz ir do céu ao inferno. Toda vez que sua caixa de mensagem aparece, eu sintonia calafrio gostoso e assustador ao mesmo tempo. Você me faz sentir nas nuvens, em pouco segundos, e isso, me assusta tanto. 
          
          Você acaba sendo a pessoa que consegue tirar de mim o realmente estou sentindo, de verdade. Acabo me empenhando ainda mais para tentar entender a revolução interna que você me causa. E a cada palavra que lhe escrevo, me sinto mais leve. Como se te contar, deixo juntamente com as palavras, o peso que carrego comigo. 
          
          Esse segredo, por assim dizer, tem me feito andar lentamente devido ao seu peso. ainda fico impressionada como você consegue me tornar mais leve. 
          
          Confesso que tenho momentos de surtos! Acho que você já conseguiu decifrar o meu segredo, alguns segundos depois, a realidade dá um tapa na minha cara, para dizer que tenho viajado demais nos pensamentos. 
          
          Ainda tenho medo da verdade. Não sei se um dia vou conseguir superá-la. Conto com o tempo para que isso aconteça. 

Ainda dói. Dói pensar que não posso te ter. Dói ter a certeza que a gente nunca irá acontecer. Apenas dói. 
          
          Eu só queria poder te dizer tudo o que eu sinto e deixar você tomar essa decisão por mim, de ficar ou se afastar. Definitivamente não tenho maturidade para isso.  No momento, se destaca meu egoísmo. 
          
          Às vezes eu desejo nunca ter te conhecido. Que fôssemos anônimas, sem nenhum contato. Tudo pensando em sentir menos. Sentir menos a sua falta, da sua risada, das suas mudanças de humor. Sinto fata até do seu humor bipolar, do qual eu aprendi a lidar.