"Os grandes artistas não são copistas do mundo, são seus rivais."
André Malraux

"Será hoje até hoje à noite, e amanhã vai ser hoje de novo."
Ernest Hemingway

"No se puede medir el tiempo por días, como el dinero por centavos o pesos, porque los pesos son iguales y cada día es distinto y tal vez cada hora."
Borges

Existe magia nos livros. 
Toda vez que você relê Monteiro Lobato, os personagens do Sítio do Picapau Amarelo ganham vida de novo. Ou Dom Casmurro, Por Quem os Sinos Dobram, Os Belos e os Malditos, Guerra e Paz. Com os filmes também é assim. 
A literatura faz o resgate no tempo. Nela ninguém morre. Até quem morre na história volta de novo a viver. Na obra não-ficcional é a mesma coisa. Toda vez que leio Voltaire, ouço de novo a voz daquele homem do século XVIII. 
Borges diz em um poema que tudo o que ele perdeu passou então a ser dele. Através da memória.
Quem aprecia a literatura lida melhor com a questão da morte. Aqueles que se foram são como personagens de romances. Toda vez que relembramos suas aventuras eles ganham vida de novo. Suas peripécias são romances ainda não escritos. 
Num outro poema, Borges alude à arte da palavra, mais inexplicável que a da música, porque inclui a música. 
Na introdução a The War of The Worlds de H. G. Wells, Brian Aldiss afirma que escrever é uma escolha de vida. 
E que aquilo que colocamos no papel ou na tela do computador são como sessões de psicanálise, pela liberação de emoções.
Segundo Robert Penn Warren a divisão entre passado e presente foi traumática para Mark Twain, tornando-o um homem dividido. O que fez dele um escritor. Ao escrever sobre o mundo de sua infância no lugarejo de Hannibal na beira do Mississippi, ele trabalhou com aquela divisão traumática encontrando tranquilidade.
Nada de marcante ocorreu na vida de Hawthorne. Sua vida interna contudo era intensa. Refletiu-se em sua obra genial. 
Escrever é lidar com sonhos, com sentimentos.
A literatura leva você a qualquer era, a qualquer parte.