Sou a caçula de oito irmãos, quatro mulheres e quatro homens. Sou de um tempo em que televisão era um objeto de luxo, então ao anoitecer, nos reuníamos em frente do fogão a lenha para contar histórias. E, não tinha jeito, as histórias contadas eram sempre de terror, e quando não eram desse gênero, relatava-se fatos ocorridos que eram incrementados com o imaginário do contador de histórias da noite, que sempre dava umas pinceladas com o gênero macabro. No início dos anos 80, estava terminando o Ensino Médio, com a cara enterrada nos livros de terror que minha irmã comprava pelo Círculo do Livro e me emprestava e como não havia muitas opções, além das oferecidas pelo catálogo, a sinopse era um meio usado para decidir qual comprar, dessa forma fui apresentada as Brumas de Avalon, aos Morlocks e Elois, fiz companhia A Mulher Só, desvendei crimes com Agatha Christie, vi a humanidade ser aniquilada por um Dilúvio de Fogo, me sensibilizei com a história de duas garotas: Anne Frank e Christiane F., e assim segui a jornada do leitor, até que um belo dia conheci o número da Besta: 666 no Limiar do Inferno de Jay Anson, e pronto, o gênero terror invadiu minhas entranhas e logo depois fui possuída pelo Iluminado, daí meu destino foi traçado, o amor à primeira vista pelo autor Stephen King e que persiste até hoje, me faz ter a convicção de que esse amor existe e é eterno. Gosto de histórias que de alguma forma choque quem lê, então tenho fissura em histórias de terror e distopias que me levem a acreditar que aquilo realmente poderia acontecer, se fatores e oportunidades se juntassem. Chorem, esperneiem, NÃO morram, mas esta sou eu.