“Eu gosto de histórias em que tudo dá certo.
Aquelas que podem carregar um tanto de angústia no meio mas terminar triunfantemente no final. É isso, essa é a questão: o final. Sou a rainha dos finais felizes. Qualquer história que sonhe em me torturar por horas até finalmente me dar uma solitária colherada de bondade, não é suficiente. Eu não quero degustar, eu quero devorar até a última migalha da sobremesa depois de ter engolido um prato tão farto de dor e incertezas.
Mas todas essas histórias têm o hábito de me amarrar em uma cadeira e quando finalmente me oferecem um pedacinho daquele doce molhado de felicidade, tudo simplesmente… acaba. Sem mais nem menos. Eles me desamarram e vão embora. Do que toda aquela tortura valeu? Uma garfada? É sério isso?
Não. Não vou passar por isso de novo.
É por isso que essa história não termina quando tudo dá certo. Ela começa.
Mas você não gostava de finais felizes? Sim, e isso não vai mudar.
Por enquanto, o começo, acima de tudo, é feliz. Feliz em uma grande casa de campo, no interior do Kansas, com risadas de criança recheando um quintal verde que se estendia até onde o horizonte ia. Uma varanda espaçosa, janelas e janelas, dois andares e muita madeira refinada que abraçava todos os cantos daquele quilométrico casarão. Porque era uma casa no interior, mas era a casa de Tim Drake, então ela era grotesca de tão luxuosa. Mas também era a casa de Conner Kent, então ela também era aconchegante e carismática.
Uma criança de sorriso fácil e de míseros 102 centímetros, corria desenfreadamente feliz com suas pernas curtas, perseguida por um cão igualmente sorridente e muito protetor. Um Kon carinhoso assistia a cena, recostado no corrimão da entrada. Tim, levemente abatido pelo sono, relaxava vagarosamente no balanço da varanda, com uma caneca de café fumegante nas mãos, enrolado em uma manta feita a mão por uma Ma Kent gentil.”