Oi Franciele, tudo bem?
“− Ei, filha, amanhã eu irei ao banco. Por que você não pega o seu cofrinho e me dá o que juntou?
− Esqueceu que você pegou na sexta-feira? Você até deixou um dinheiro sobrando aí. Imagino que seja pela sua obsessão de me faltar algo, passar necessidade e morrer de fome.
Mas ele me olha sério, como se não estivesse entendendo nada.
− Sôfi, não peguei o seu dinheiro. Sempre peço a você.
− Você não mexeu no meu cofrinho, pai?
− Não, Sôfi.
Sua voz tem um tom de decepção. Ele sabe quem pegou, e eu também. Não consigo acreditar... Pode ser um engano! Sim, talvez minha mãe tenha precisado de algum trocado.
− A mamãe pode ter precisado, não é pai?
− É... Sophie, pode ser...
Mas ele sabe a verdade. Ela não teria pegado porque eles têm o próprio esconderijo de dinheiro no quarto, caso haja uma necessidade.
Não consigo esconder a dor que eu estou sentindo. Deve ser a mesma do meu pai ou parecida, porque eu vejo nos seus olhos. Não consigo segurar mais, sinto lágrimas escorrerem pelos meus olhos, me sinto enjoada, uma ânsia, vontade de sair correndo sem rumo.”
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Priscila Castro