[...] Assemelha com aquele lance da máquina de xerox: alguém empurra para ela uma verdade amargurada, a faz engolir sem chance de questionar, nem lamentar ela pode. Sua fraca compreensão vai capturando os mínimos detalhes de informação, sufocando. A respiração chega a ficar descompassada e barulhenta. É bem verdade que o silêncio machuca: ele é um tipo de empurrão de proposto; mas a verdade tem poder superior: ela é aquela doença que até então não doía, não fazia alarme, você nem sabia que existia e finalmente quando vaidosamente essa decide se apresentar, não vai ser com um simples analgésico que tu vai melhorar. Aquelas verdades sempre estivesseram adiante, esperando o exato momento para adentrar como um parasita despreocupado ou como alguém de sorriso malicioso, não enternece pelos estragos deixados para trás. [...]
— Fragmento de Instantes