Eu gostaria de perguntá-lo o que somos. O que é isto que temos, mesmo sabendo que eu possa estar de frente com meu próprio suicídio. Mas deixarei para lhe perguntar amanhã, ainda preciso aproveitar este momento antes de arruina-lo com meus devaneios. Novamente. Estou voltando no tempo. Tendo um déjà vu. Novamente. Estou aqui rolando sobre meus lençóis pensando em como cometi erros no passado que poderiam ser evitados. Misturando o passado com o presente. Misturando. Eu preciso aproveitar o momento antes de arruina-lo. Eu preciso ler nossas conversas antigas com promessas que no fundo sabemos que irão ser arruinadas por um dos dois. Os nossos planos de viajar durante a noite e pegar um carro e fugir para uma praia, e observar o nascer do sol com apenas a presença de nossos corações quebrados e mentes confusas. O sabor da vitória é algo tão bom que quase não o percebemos quando o sentimentos. Eu estive ao lado da vitória e pude a sentir, mas não sabia que seria a última vez que a sentiria. Eu levo isto tão a sério, mas ajo com indiferença pois sei que ainda tem algo por vir. Eu imploro pelos deuses que eles me façam lhe encontrar e te agarrar em meus braços e te sentir tão perto que fico sem ar, apressar de que apenas em ver seu sorriso já me sinto louca e sem ar. Você é a minha droga, a mais viciante, a que me leva as alturas, mas é tão tóxica que me mata e faz com que me sinta viva. Estou me sentindo presa em minha liberdade. Seja lá o que estou sentindo, mas no fundo acho que não seja amor. Ninguém seria capaz de amar algo tão escorregadio que a qualquer momento pode escorregar entre seus dedos e fugir como uma formiguinha. Eu prefiro afundar em um mar triste e cinzento sem dinheiro e sem amor próprio do que sentir o amor novamente. Novamente de um jeito tão doentio e doloroso.
Estou sentindo que estou afundando. Mais uma vez neste mar desconhecido, mas que tem profundezas iguais aos outros que me afundei e logo encontrei a borda.