Dialovernaareaotomea
Ponto e Seguida
Não sei se apenas me iludi por conta própria.
Talvez tenha confundido vontade com destino,
e sonhei teu rosto onde só havia espelho.
Fui leviana em querer estar ao seu lado tão rápido,
como se o tempo não existisse
entre o desejo e o encontro.
Acho que fiquei muito Mosby—
criando castelos de futuro
sobre um beijo roubado.
Mas talvez outros encontros nos esperem,
não neste mês apressado,
mas no próximo,
quando as pontas soltas encontrarem nós firmes,
e os sentimentos tiverem raízes
em vez de asas.
Até lá:
eu ainda gosto de você.
Gosto do seu riso,da sua calma,
da forma como seu silêncio não pesa.
E pretendo manter esta amizade,
esta conexão delicada
que construímos sem alicerce.
Podemos ser afeto um do outro,
refúgio sem cobrança,
porto sem exigência,
sem performar algo que ainda está se descobrindo.
Prometo:
só te roubo beijo se você permitir.
E ofereço a mão sempre que a desejar—
para atravessar ruas,silêncios,
ou simplesmente para lembrar
que não estamos sozinhos nessa construção lenta.
Vamos devagar, então.
Deixemos o tempo amadurecer o que plantamos.
E se um dia as pontas se encontrarem,
que seja porque cresceram juntas,
não porque as forçamos a se tocar.