Estou bem feliz de estar publicando Lendas de Santa Iria. Achei que seria legal contar aqui um pouco da história por trás de cada capítulo.
O primeiro capítulo foi, na vdd, o último que escrevi. Quando comecei a escrever, não achei que cresceria a ponto de precisar ser um livro. Tive a ideia de escrever um conto de terror baseado na lenda do Homem do Saco, que virou o segundo capítulo do livro, Fazendo Sabão. Mostrei para um amigo e ele ficou fascinado com a história e queria até fazer um zine (um gibi pequeno) sobre o conto, mas infelizmente acabou não acontecendo.
Escrever Fazendo Sabão foi gostoso e angustiante ao mesmo tempo. Era bom lembrar da minha infância no inicio dos anos 2000, mas eu também precisava mostar o horror e o medo que existia na educação das crianças daquela época e que ainda se repete. Essa lógica de ensinar pelo medo. Se tirar nota baixa, vc apanha. Se apanhar na rua, apanha em casa. Entre outros.
O Homem do Saco era uma forma de terceirizar a violência. Crianças mal educadas viram sabão. Ensinar a andar na linha através do medo, causar um terror psicológico para que a criança faça o que o adulto quer sem ter que explicar a ela pq não pode fazer isso ou aquilo.
Esse era o tipo de sentimento que eu queria passar com Fazendo Sabão. Fazer adultos notarem o quão nocivo é esse tipo de "ensino" violento, pelo medo, uma violência física e psicológica.
Violência não ensina, não há argumentos, não há dúvidas, não há contrapontos nela, apenas imposição. A única coisa que se aprende com violência é como violentar o próximo.
Vou ficando por aqui. Amanhã, às 18h, tem capítulo novo. Aguardo o apoio de vocês. Um abraço!