yokooflavia
Seus sapatos camurça com um pequeno salto quadrado anunciavam sua chegada. Os cabelos estavam presos num pequeno rabo de cavalo ao topo da cabeça, o que a deixava com aparência mais confiante. Hannah passou reto pelos homens concentrados e foi de encontro a uma grande porta de vidro, com emblema bem grande: Esquadrão 88. Ao entrar, um senhor grisalho que parecia ter acabado de pegar seu café, fez contato visual e ela prontamente estendeu a mão:
-Bom dia. Sou Hannah Bueno, jornalista do Liberty News. Estou aqui para cobrir sobre o incêndio na Nexus Mills.
O homem a olhava atentamente enquanto devolvia o cumprimento.
-Aperto de mão forte para uma mulher tão jovem. É estagiária da agência?
-Não senhor. Jornalista. Chefe da Coluna Editorial Today.
-Ah, claro, minha mulher acompanha essa coluna. Adora ler sobre signos, é essa, não é?
-Não senhor. Cubro notícias relevantes que acontecem durante a semana.
O homem sorriu como se tivesse lembrado de algo engraçado.
-Mas que cabeça a minha. Claro que se fosse algo de signo, não te mandariam aqui. Bem, do que precisa?
-Se me permite, preciso falar com o responsável que conduziu a equipe.
-Claro, te levarei até ele. Por gentileza.
O senhor estendeu a mão para que Hannah o acompanhasse. Foram entrando naquele prédio que dava para um grande pátio, onde vários caminhões de bombeiros estavam estacionados. Alguns rapazes acenavam para o senhor, que se virou rapidamente para a mulher, colocando a mão na testa.
-Não me apresentei. Sou Carl Smith, engenheiro de equipamentos, ao seu dispor.
Hannah apenas deu um leve sorriso de volta, já que Carl não parou de andar.
-Esposito! Preciso do Asher. Onde ele está?
Um homem robusto, de cabelos negros, estava enrolando vários metros de mangueira. Respondeu de maneira rápida:
-Dormitório, senhor!
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-Certo, certo….bom mocinha, chegou na hora certa. Espere aqui, vou chamá-lo.
Hannah assentiu com a cabeça e buscou em sua bolsa, seu pequeno caderno. Começou a anotar o que via, o padrão de cor do batalhão, a quantidade de caminhões estacionados e fez uma conta mental de quantas pessoas trabalhavam ali.
-Eu anotaria o quanto essa parede está horrorosa.
Uma voz feminina surgiu atrás de Hannah. Era uma mulher de idade mediana, cabelos presos no alto da cabeça, fazendo um grande coque. Suas sobrancelhas grossas se mexeram simultaneamente com seu doce sorriso.
-Puxa, achei que tinha disfarçado meu olhar clínico.
Hannah devolveu a brincadeira e sorriu.
-Sou a Tenente Torres. Se precisar de mim para algo, às suas ordens.
-Hannah Bueno. Trabalha aqui há muito tempo?
-Quase 6 anos. Vim de outro departamento. Veio fiscalizar algo?
-Não. Sou jornalista. Estou cobrindo uma reportagem sobre o incêndio na Nexus. Meu superior pediu que eu viesse fazer alguns levantamentos. Se importa? Não é uma entrevista, é apenas coleta de informações.
-Sem problemas.
-Ok.
Enquanto se ajeitava para escrever. Hannah folheou algumas páginas de seu caderno onde tinha anotado exatamente o que o chefe da redação pediu a ela.
-Certo, Tenente. Das pessoas que trabalharam no controle e resgate, quantos topariam responder a um….
-Bem, parece que a Srta Bueno já fez uma amizade.
Carl Smith voltou e ao seu lado, um homem bem mais alto que ele, andava firmemente, fixando seus olhos nos de Hannah. Ela sentiu um frio percorrer sua espinha, mas não desviou o olhar.