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Acabei de ler sobre e, realmente, as pessoas (amigos) para as quais eu escrevi anteriormente já não estão na minha vida hoje (?)
Isso me fez refletir sobre as cargas que deposito em todas as questões da minha vida.
Os assuntos pelos quais eu tanto sofria hoje são tão banais. Parecem que meus problemas eram tão solucionáveis e minhas paixões tão superficiais.
Sem contar, claro, nas implicâncias que hoje são tão insignificantes.
Problematizava dramas bestas e ignorava os que precisavam ser enfarizados.
Acredito que é bom hoje eu não mais escrever sobre tudo, pois percebo que estou vivendo mais minha vida, e não escrevendo minha autobiografia. Mesmo que muitas vezes me arrependa de não eternizar mais lembranças.
A escrita para mim é desabafo e, mesmo que eu não consiga reconhecer os reais motivos de meus sentimentos, ainda sim, escrever algumas palavras (até as de ódio) me traz um alívio inigualável.
Se uma coisa não muda é minha incessante busca pelo meu próprio equilíbrio. Um dia vou encontrar.
A maturidade traz consigo uma melancolia tão discreta que pode ser considerada oculta até. Só os mais sensíveis farejam.
Mamãe quero colo!!!!!!
Infelizmente não foram meus 18 anos que me fizeram despertar para iniciar o processo de me enxergar. Nem quero entrar nesse mérito hoje.
Mas como é estranho pensar que, por exemplo, se o papai não tivesse morrido, quanto tempo demoraria até eu querer cuidar de mim? Quando eu teria medo (ou consciência) do fim de todas as coisas?
Se o pai do Arthur não morresse, quando eu poderia sentir essa gratidão por todos os que me apoiaram e quando eu seria genuína a ponto de não esperar nada nada nada nada nada em troca por fazer o bem para alguém?
E vou além: como eu consigo reconhecer a importância dessas coisas horríveis sem me tornar dependente de coisas ruins para fazer coisas boas ou ter coragem de abraçar um amigo?