@adrieni obrigada pela mensagem. A Espanha, na época de Napoleão, passava por mudanças muito delicadas com relação ao social e a política, com um espírito de união bastante fragilizado, e com uma nobreza tão decaída quanto a francesa antes da revolução, o que permitiu que parasitas se aproveitassem da situação e conspirassem com Bonaparte, em troca de benefícios pessoais. A invasão foi bem mais complicada que isso: O rei Carlos era um homem um tanto fraco em autoridade e deixou Godoy, um de seus diplomatas, livre para tratar com Napoleão, não deu outra: a tal aliança permitiu que tropas francesas entrassem na Espanha sem que um único soldado ou civil se levantasse contra isso. A desculpa era: As tropas estavam ali para invadir Portugal, por terra.
Claro, que com o tempo e os óbvios abusos das tropas francesas, que pilhavam casas, exigiam comida e desrespeitavam as mulheres do povo, os civis acabaram por se revoltar. Após o Motim de Aranjuez, o rei Carlos foi traído pelo próprio filho, Fernando, e este, que também não era páreo para a força de Napoleão, acabou por ter sua coroa tomada. José, irmão de Napoleão governaria a Espanha. Até aí, não houvera resistência por parte dos espanhois.
A resistência só viria em um dos mais tristes episódios do país: O Levante de 2 de Maio, em 1808 quando as tropas francesas tentaram levar o infante Francisco para a França. O menino era jovem e claramente não queria ir. O exército espanhol recebeu ordens de não resistir, mas os civis tomaram as ruas de peito aberto. Apenas os artilheiros do palácio de Monteleón desobedeceram as ordens e se juntaram ao motim. Foi um massacre, e muitas pessoas morreram, desapareceram ou foram executadas. Como você leu, o pai das garotas estava no meio disso. O levante de 2 de maio até hoje é lembrado na Espanha, com direito a comemorações, festas e eventos em homenagem aos guerreiros mortos naquela batalha.