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Repentinamente, ouvi um estalar de dedos, e todo o cômodo foi tomado pelo clarão da luz. Fechei os olhos com força, sentindo-me levemente perturbada com luminosidade forte, contudo abri-los e encontrei-a a poucos metros de mim.
- Que?! – Exclamei em um misto de incredulidade, medo e indignidade – Mas, como... – Minha voz morreu na garganta, quando ela mirou os olhos azuis nos meus.
Confortavelmente e lixando as unhas de forma despreocupada, a desconhecida estava sentada de forma despojada na poltrona, no canto mais afastado, e balançava um pé no ar. Ela parecia a própria imagem do conforto no meio da madrugada. Um sorriso largo e zombeteiro nasceu nos seus lábios carmesim, quando do nada ficou de pé e deu três passos na minha direção.
- Fique longe de mim, sua maluca – Exigi em um berro apavorada, dando a volta na cama e ficando no canto – Eu estou armada – Menti, e olhei ao redor em procura de algo, até encontrar um abajur caríssimo – E não tenho medo de usá-lo contra uma psicopata desconhecida – Avisei ao pegar o objeto pesado.
A desconhecida soltou uma risada divertida, colocando as mãos na cintura, e fitou-me com uma sobrancelha arqueada.
- Vai tentar me acertar com essa coisa horrenda? – Apontou para o abajur, negro com rosas vermelhas, com ceticismo – Fracamente, Verona, você tem péssimo gosto para decoração – Fez uma careta.
