J. R. Kink

@ D_Docemel  
            
            Caro D., boa tarde.
            
            É um prazer receber uma nova mensagem sua. Fiquei animado com a possibilidade de ler um de seus contos e compartilhar meus comentários sobre ele.
            
            Quanto ao envio, você pode encaminhá-lo diretamente para o meu e-mail (jotarkink@gmail.com). No entanto, eu o encorajo a considerar a publicação de suas histórias, permitindo que o público também tenha a oportunidade de apreciá-las e avaliá-las. A interação entre autor e leitor é uma das melhores maneiras de aprimorar sua escrita. Esse diálogo não só ajuda a refinar suas habilidades, como também permite que você compreenda melhor seu público, identificando o que ele aprecia ou não, e ajuste seu conteúdo de forma a torná-lo agradável tanto para você quanto para quem o lê.
            
            De qualquer modo, estou à disposição para ler seu conto, avaliá-lo e oferecer meus comentários. Será um prazer contribuir com suas reflexões sobre a escrita.
            
            Um abraço, 
            J. R. Kink

Por isso, meu conselho é: se você quer escrever boas histórias, cerque-se de boas histórias. Busque inspiração em autores talentosos, observe os recursos narrativos que eles utilizam e incorpore ao seu estilo o que achar mais interessante. Recomendo, por exemplo, explorar a literatura erótica fora da internet, na tradição mais clássica. Embora a internet tenha popularizado o gênero, ele existe há séculos e oferece obras de grande qualidade. Gosto muito dos contos de Nelson Rodrigues, que, embora não seja exatamente um autor erótico, aborda temas como a depravação e a hipocrisia social em relação ao pudor – uma fonte rica de inspiração. Também sugiro livros como Cem Escovadas Antes de Ir Para a Cama, de Melissa Panarello, e Delta de Vênus, de Anaïs Nin. Além da leitura, o cinema erótico pode ser uma excelente fonte de aprendizado. O cinema brasileiro, por exemplo, tem uma história muito rica em pornochanchadas, muitas delas com roteiros bem trabalhados ou premissas, no mínimo, interessantes. Thrillers eróticos e outros filmes do gênero também podem oferecer ideias e insights valiosos, tanto para inspiração quanto para a exploração de narrativas em diferentes mídias.
            
            Espero que essas dicas sejam úteis para você, caro colega leitor-escritor. Fique à vontade para me contatar sempre que quiser discutir contos, trocar ideias sobre o processo criativo ou oferecer sugestões e feedbacks construtivos. Estou sempre aberto a falar com aqueles que me lêem.
            
            Cordialmente,
            
            J. R. King
            

Na minha visão, o diferencial dos contos eróticos em relação à pornografia está na capacidade de excitar pelo contexto, e não apenas pela ação. O que me incomoda em muitos filmes pornôs é a falta de histórias verossímeis ou bem construídas; eles frequentemente priorizam a ação em detrimento do enredo, criando situações irreais que parecem atender a fetiches que só existem na mente de um produtor pornográfico – coisas esdrúxulas como transar com a sua “step”-sister enquanto ela tá presa na máquina de lavar. 
            
            Foi justamente esse descontentamento que me motivou a escrever contos eróticos. Queria explorar o erotismo de forma mais profunda, indo além do ato sexual em si para abordar o contexto, os desejos e as histórias que levam os personagens à transarem. No início, porém, também me frustrei com a quantidade de contos eróticos mal escritos, que pouco se diferenciavam da pornografia barata.
            

Quanto às dicas para melhorar sua escrita, gostaria de começar com um conselho que sempre me guiou: “O feito é melhor que o perfeito”. Quando começamos algo novo, é natural que sejamos inexperientes e nos comparemos a quem já é especialista. Esse hábito, no entanto, pode levar à frustração ou a uma paralisia que nos impede de iniciar algo até nos sentirmos “prontos”. A verdade é que o aperfeiçoamento vem justamente da prática, mesmo que os primeiros resultados não sejam perfeitos. Eu mesmo sinto um pouco de vergonha dos meus contos iniciais – tanto que nem os publiquei nesta plataforma –, mas eles foram fundamentais para que eu desse o primeiro passo. Com o tempo, fui me aprimorando e continuo buscando melhorar. Inclusive, tenho pensado em reescrever alguns dos meus contos mais antigos, trazendo uma nova versão que reflita o quanto minha escrita evoluiu.
            
            Outra dica importante, especialmente para contos eróticos, é buscar boas referências. A literatura erótica ganhou enorme popularidade com a internet, e hoje existem inúmeros fóruns e plataformas onde pessoas compartilham suas histórias – algumas reais, outras fictícias. No entanto, a grande maioria desses textos é, infelizmente, de baixa qualidade: mal escritos, pouco desenvolvidos, cheios de erros de português e mais parecidos com roteiros de filmes pornográficos ruins do que com contos propriamente ditos.
            

@ preciousowner  O que aconteceu com a história?