E como uma sentença do fim do dia, a chegada da noite seria anunciada, e entre partir ou ficar, ele teria sua chance de escolha, ainda que isso significasse pôr em risco um emocional tendente a apaixonar-se pelo belo e distante — ele, constituinte dos dois adjetivos. Mas, perguntaria-me se minha capacidade em deixá-lo ir, diria, silenciosamente, que decisões também eram complexas para mim, pois consistiam entre escolher a melhor parte ou assistir o seu genuíno desejo partir, e eu nunca fui boa em seleções, mas gostaria de provar que, daquela vez, eu havia acertado. Que o anjo que domou um coração inabitado poderia permanecer alguns dias ali somente com as lembranças do céu e dar espaço à alegria da visita a qual, embora se deparasse com tanta bagunça e voasse, poderia lembrar-se do bom lugar em que viveu por algumas horas, sendo verdadeiramente amado e, de certa forma, assim seria para sempre.
Ele leria isso através do meus olhos? Porque eu acho que não conseguiria dizer em voz alta. Mas se ele aceitasse pular direto comigo para a parte em que aproveitariamos o luar aliciante, eu o faria se sentir vivo da maneira que me faz agora, poderia ajustar sua ótica à minha e fazê-lo perceber que meu prazer estava em ganhar tempo ao seu lado, ainda quando isso significasse apenas admirá-lo e me perder.
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