A noite estava densa como um véu de mistério, e o vento cortante do mar fazia as velas dos navios estalar como ossos quebrando sob o peso do destino. A pequena vila à beira-mar, com suas casas de madeira envelhecida e suas ruas estreitas, parecia suspensa no tempo, um lugar onde o passado se misturava com o presente.
Ninguém sabia, ao certo, quem havia sido o primeiro a ouvir os rumores. Alguns diziam que o Capitão Corsário Sombrio havia retornado de sua última expedição; outros, que ele nunca havia partido. As histórias eram muitas, todas sussurradas entre marujos bêbados em bares enfumaçados, onde a coragem era bebida em goles de rum e a lealdade se comprava com prata.
Mas uma coisa estava clara: a espada dos sete mares estava perto. E com ela, as chaves de um poder imenso, capaz de mudar o rumo de todo o império pirata. Muitos a procuravam, mas poucos tinham coragem o suficiente para enfrentar os perigos que ela impunha.
No entanto, havia algo mais. Algo que nem mesmo as lendas ousavam contar. Algo que ligava o destino de Sophie a essa espada. E talvez, em algum lugar, as peças desse quebra-cabeça, que começavam a se encaixar, indicavam que o passado de sua família — e o segredo que ela herdara sem saber — era a chave para desvendá-lo.
Naquela noite, quando a maré estava alta e os ventos pareciam gritar os nomes dos que haviam partido para nunca mais voltar, Sophie, ainda inconsciente de seu papel, atravessava a porta do bar onde o destino a aguardava. E, com isso, o que parecia ser apenas uma busca pela verdade, se transformaria em uma caçada sem igual, repleta de mentiras, traições e revelações que mudariam tudo o que ela acreditava ser real.
O Corsário Sombrio estava à espera, e com ele, o mundo que Sophie jamais imaginara.
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