O Poeta e Sua Máscara
No final, foi em vão,
Um ciclo que sempre retorna,
Por que achei que seria diferente?
Talvez uma lição oculta,
Um sussurro da vida me ensinando:
Roupas, carros, aparências,
Nada disso importa.
Mostramos ao outro o brilho,
Mas é no escuro que moramos.
Eu confiei, me abri,
Revelei feridas,
E você, sem saber,
Tornou-se mais uma.
Minha alma agora sangra,
Não de cortes na carne,
Mas de cicatrizes invisíveis.
E mesmo assim,
A mente me trai,
Luta comigo,
Querendo apagar tudo,
Inclusive a mim mesmo.
Eu matei o que era,
Para criar quem sou,
Mas será que sou?
Ou apenas uma máscara,
Pintada de preto,
Escondendo o vermelho vivo,
Que grita, que pulsa,
Que me alerta?
O vermelho, minha cor,
De sangue, de vida, de dor.
Marcando feridas,
Trazendo alertas,
Como um sinal que não se apaga.
Meu corpo é vermelho,
Mas minha máscara é preta,
Uma proteção que sufoca.
E aqui estou,
Mais uma vez,
O poeta escrevendo.
Não o verso que vive,
Mas a vida que chora,
E no final,
Sou sempre o poeta,
Nunca o poema.
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