Talvez não haja na nossa infância dias que tenhamos vivido tão plenamente

como aqueles [...] que passamos na companhia de um livro preferido. [...]
Depois que a última página era lida, o livro tinha acabado. Era preciso parar a
corrida desvairada dos olhos e da voz que seguia sem ruído, para apenas tomar fôlego,
num suspiro profundo. [...] Queríamos tanto que o livro continuasse, e, se fosse
impossível, obter outras informações sobre todos os personagens, saber agora alguma
coisa de suas vidas, empenhar a nossa em coisas que não fossem totalmente estranhas
ao amor que eles nos haviam inspirado e de cujo objeto de repente sentíamos falta, não
ter amado em vão, por uma hora, seres que amanhã não seriam mais que um nome
numa página esquecida, num livro sem relação com a vida e sobre cujo valor nos
enganamos totalmente [...].
  • JoinedFebruary 13, 2015




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