É. 21 anos. Uma idade que deveria brilhar, mas que, para mim, se dissolve em sombras. Um marco, dizem alguns; uma nova etapa, afirmam outros. Mas aqui estou, envolta em um manto de indiferença, perguntando-me se é mesmo tão especial.
Hoje, é meu aniversário.
Uma data que deveria ressoar como um canto alegre, mas ecoa apenas como um sussurro amargo. Que lindo dia para celebrar minha existência, não é? A ironia se torna uma companheira constante, a única que me faz rir em meio ao desânimo.
Mais um ano se passou e, com ele, as dores nas costas se tornaram velhas amigas. As contas continuam a se acumular como folhas secas ao vento, e as mesmas faces insistem em orbitar ao meu redor, enquanto as almas que realmente importam parecem ter se perdido em algum lugar.
21 anos… O que isso realmente significa?
Me pergunto em silêncio.
O futuro é um mistério envolto em névoa densa e pesada, e a resposta escapa entre os dedos como areia fina. Mas ainda assim, guardo uma centelha de esperança no meu coração cansado. Que este novo ciclo traga algo bom; que possa ser um sopro de vida em meio à rotina cinza.
E assim sigo, entre risos nervosos e suspiros profundos, desejando que o tempo me surpreenda com algo além do ordinário. Que 21 anos possam ser mais do que uma simples contagem; que possam ser o início de um algo, de um alguém. Apenas, um início.
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