Quando era novo, não sabia ler e escrever. Meus pais não tinham como me colocar em uma pré-escola. Ingressei diretamente na antiga primeira série do ensino fundamental. Ao contrário do esperado, a professora não fez o menor esforço para que eu aprendesse qualquer letra do alfabeto, com a desculpa de que "não poderia atrasar o resto da classe por um único aluno". 

Tudo indicava que seria mais uma criança pobre, formada analfabeta na escola pública e, logo em seguida, jogada no mundo para ser mais um cidadã marginalizada.

Novamente o inesperado tomou forma em minha vida. Minha mãe, que dividia seu tempo em trabalhar, ser dona de casa e mãe, usou daquela habilidade que só as mulheres têm para se multiplicar em mais uma: professora. Enquanto lavava, cozinhava e atendia clientes em um pequeno açougue perto de casa, ensinava o alfabeto, as sílabas e por fim as palavras ao seu fiel escudeiro, que não tinha com quem ficar. 

Passado algum tempo, estava lendo um texto por dia com certa dificuldade, mas lia. Usava uma apostila antiga onde haviam poucos textos completos, e eu tinha muita vontade de chegar até o fim deles, mas não conseguia e não entendia o porquê.

Um dia me deparei com um livro sobre a mesa da cozinha. Era da minha irmã. Olhei para os lados e raptei-o. Quando dei por mim estava lendo um livro de mais de 300 páginas com menos de 10 anos. E eu gostei muito daquilo.

Aí um amor para a vida se consolidou.

Me chamo Leonardo B. de Oliveira, mas pode me chamar de Léo Yacamim. Tenho um grande apreço por clássicos e tenho como objetivo construir uma literatura de qualidade que agregue aos meus leitores. Meu foco sempre é a crítica social, usando de reflexão e tendo como plano de fundo as grandes cidades metropolitanas para um estudo antropológico do cidadão urbano contemporâneo. 

Meu objetivo como escritor não é fazer entretenimento, mas agir como um agente social para reflexão e evolução do ser humano em sociedade e individualmente.