“É estranho pensar que em 50 anos de vida, não houve um só momento de silêncio absoluto e paz verdadeira, talvez os seus filhos e aqueles momentos calorosos fossem o band-aid que cobriam as profundas feridas emocionais na sua alma, enquanto leio livros sobre sua vida contado da visão de pessoas “próximas” eu fico refletindo o quanto esteve rodeado de pessoas (em sua maioria péssima companhias) em contrapartida, no dia em que partiu, esteve sozinho, não havia ninguém com ele, me pergunto sobre o que estava pensando naquele momento quando o maldito anestésico era aplicado ou enquanto fazia efeito, me pergunto o que sentia naquela hora, se estava triste, se havia chorado, o silêncio profundo daquele momento é angustiante quando penso, provavelmente eu nunca saberei de nenhum desses questionamentos. Hoje o mausoléu em que seu corpo repousa fica em silêncio perpétuo, a única melodia a ressoar é o canto dos pássaros, a brisa suave do vento que passeia por ali. A escuridão que preenchia o seu quarto naquele dia foi substituída pelos raios de sol transpassando a vidraçaria sob o jazigo, não acredito em reencarnação mas acredito que sua alma está em algum lugar fora das barreiras desse mundo físico, gostaria de poder voltar no tempo e refazer suas escolhas com você, de sentar ao seu lado e conversar sobre a bíblia, sobre Jesus, o Deus que amamos e a fé que compartilhamos juntos […]