LucyWitoria

Por que morrer dói tanto?

LucyWitoria

Uma visita.
          
          Sou uma visita na vida dos poucos afortunados
          Entro tão rápido
          Com um jogo de palavras e gestos angelicais
          Que você pensaria que eu sou para ficar.
          
          Te seduzir com meus lábios
          E te deixo em êxtase
          Dou toda atenção e calor que possuo.
          
          Eu não passo de uma caçadora
          E você como um coelho branco
          Se sente seguro em me entregar a sua vida.
          
          Sugo seu sangue
          Chupo seu corpo
          Me alimento
          E te abandono
          Sem dar chance de me apegar.
          
          Cuidado jovens com as paixões do mundo
          Nem todos os demônios parecem diabos
          E justo eu que me disfarço de anjo
          Não posso deixar de me saciar.
          [...]
          L. W. S. C.
          

LucyWitoria

A corda, o banco e o cigarro.
          
          A corda rosa brilha pra mim
          E o banco me faz um convite irrecusável 
          Já o cigarro na bituca
          Continua queimando na minha boca.
          
          Amarro a corda na parede
          Onde passa a porta e posso me pendurar.
          
          O banco usado para ajudar na amarração 
          Continua reto para o próximo passo.
          
          Finalmente coloco a porra da corda no meu pescoço 
          E acendo o ultimo cigarro.
          
          Escorrego tentando equilibrar
          E fico no ar
          Com o auxilio da gravidade.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Paranóia.
          
          Quero calar meus gemidos
          E deixar de escutar você me chamando de sua putinha
          Quero me desprender de todo o prazer que durou apenas 3 horas
          E esquecer que nosso encontro aconteceu.
          
          Mas você é um maldito que soube o jeito certo de me fuder
          E me comeu tão bem que desejei ter você por muito mais que uma noite.
          
          Você é uma maquina de delírio e paranóia
          Minhas fantasias são tomadas por um homem(?)
          Isso nunca fez sentido na vida de uma ninfomaniaca
          E ter apenas um parceiro é como declarar morte.
          
          Se você soubesse…
          Que apesar de ser uma cadelinha
          Odeio ser caçada.
          
          Sou uma loba faminta
          Querendo me satisfazer mais uma vez
          Ou até mais com o que você chama de corpo.
          
          Fazem tempos que ninguém me satisfaz
          E todas as malditas noites
          Quando estou sozinha no escuro
          Gemo entre os lençóis 
          Declarando meu declínio 
          E exaltando meu prazer.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Alimente sua musa.
          
          Me chamas de demônio 
          Mas sou de que inferno?
          
          E eu te pergunto 
          Em que distopia eu seria teu anjo?
          
          Teu anjo se delícia no seu pau e te encara sorrindo?
          
          Alimente sua musa.
          Com porra, energia e vida.
          A sua prosperidade tem um preço 
          E cuidado, quando saio da casa normalmente se transforma em ruína.
          
          Tenho em minhas veias o sangue da Fortuna
          Minha língua sugere feitiços 
          E meus olhos clareiam meus passos.
          
          Tudo é equilíbrio 
          Dê a mim a sua vida
          E seu sacrifício não será em vão.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Evite a flecha.
          
          Meus infelizes leitores
          Ao ver o mínimo passo
          Ou bater de assas de um anjo gordo e diabético 
          Prepare suas facas, espadas e armas para matar.
          
          Em tempos de covardia
          E onde o egocentrismo prevalece muito mais que duas almas fiéis 
          São tempos de mais perigo.
          
          Encontre o conforto de uma buceta quente
          E largue seu coração no seu lugar mais seguro
          Mas não ouse dar nas mãos de possíveis inimigos.
          
          Brinque de romance
          Mas não deixem brincar com vocês
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Estrela.
          
          Eu vi entre as nebulosas mais densas
          Uma fumaça colorida 
          Que precisava de cor 
          Além da poeira que cobria sua fina matéria.
          
          E em anos ela foi tomando forma
          Uma pequena anã branca 
          Com baixa densidade.
          
          Até que veio a chuva de asteroides 
          E se chocou com ela
          Fazendo a pequena ficar estilhaçada.
          
          Mas aquelas nebulosas não desistiram
          E deram cada vez mais matéria,
          Mais densidade 
          E ela novamente tomou forma
          Dessa vez como uma estrela um pouco densa.
          
          Mas os anos luz e os choques dos asteroides 
          Não queriam deixá-la em paz.
          
          Porém com a estrela
          E não apenas uma chuva de asteroides 
          Ocorreu uma explosão.
          
          Aquela supernova com a explosão de elementos
          Em um curto espaço de anos luz
          Queimou por meses
          Até que não ouve luz.
          
          Aquela força supermassiva que puxava qualquer coisa 
          Era vazia
          Sem cor
          E não se bastava
          Ela precisava sugar qualquer coisa em sua órbita.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Leiam essa com “pas de deux” de Tchaikovsky.
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LucyWitoria

Infernos.
          
          Inferno seria onde não temos paz
          Lugares amaldiçoados pelo escárnio e nojeira humana
          Templos e impérios de sangue e mentira.
          
          Inferno é todo esse sistema mundano
          Isso tudo que é humano.
          
          Inferno é quando a bebida amarga não consegue descer na minha garganta,
          Quando faço um lugar nojento ser pior do que mil demônios
          Quando não consigo o que quero
          Ou meus melhores escravos não abaixam a cabeça
          Perante a mim.
          
          Preciso mostrar que me importo
          Quando na verdade queria que me obedecem
          Ou morressem.
           (um a menos não faria falta)
          
          As vezes nem a Fortuna pode me satisfazer
          E busco satisfação causando infernos,
          Não me vejam como um demônio
          Sou pior, não tenho um chefe ou limite.
          
          E em seus textos Sartre diz:
          "Que o humano é o próprio inferno."
          
          E eu afirmo:
          Eu sou o próprio diabo.
          [...]
          L. W. S. C.
          
          Escrevo esse texto ouvindo Ave Satani, uma orquestra de The Omen e fumando um Black.