Oi! Tudo bem? Eu sou o namorado do @tetecosx. Achei meio injusto não vir comentar sobre Limiar, principalmente quando fui eu que apresentei a história para ele. Pensei muito sobre essa fanfic, principalmente como escritor. Eu sou extremamente megalomaníaco e criterioso, então é extremamente difícil que alguma história independente entre na minha vida e me toque tanto, porque eu sou chato com meu hiperfoco.
Só que, quando eu comecei a ler Limiar, eu não imaginava. Eu não imaginava que eu passaria a madrugada lendo, mesmo com a prova do meu vestibular chegando, porque eu estava cativado demais para me impedir de ir além dos limites. Só que eu precisava dessa narrativa, precisava ler isso e nem imaginava o quanto. Eu sou autista recentemente, quer dizer, eu sempre fui autista. Só que com o diagnóstico tardio, sabe? Sempre me senti estranho, diferente, esquisito. Minhas crises eram vistas como birra, frescura, uma criança mimada.
Então eu cresci, passei minha adolescência copiando os outros, fingindo para encaixar, fingindo para sobreviver. Eu nunca gostei de falar, sempre detestei. Odeio me comunicar em voz alta, odeio ouvir minha própria voz. Mas eu falei por tantos anos, falei para que as pessoas pensassem que eu era normal, principalmente depois do trauma que foi rasgarem meu caderno de anotações quando comecei o Fundamental II, era minha forma de me comunicar, eu sempre preferi escrever para me comunicar do que falar. Então o trauma me obrigou a dizer.
Isso me fez um depressivo. Eu sempre fui uma criança ansiosa, sempre mesmo, então a ansiedade não era uma novidade apesar da intensidade que aumentou. Só que a depressão era nova, eu não esperava por isso. Para ser sincero, eu não lembro absolutamente nada daí para frente, lembro só de acordar durante a pandemia. Mas antes disso? Um borrão de um suicida com depressão profunda. De um autista preso dentro de si mesmo.