Eu escrevo.
Escrevo como quem respira porque preciso.
Todo tipo de coisas e às vezes sou muito boa nisso.
Em outras, minhas palavras não passam de besteiras autocomplacentes.
Mas acho que tudo bem.
Não se respira do mesmo jeito o tempo todo.
E você não pode parar, de qualquer jeito.
Às vezes você respira pesadamente,
um ar cansado que fere sua garganta
sublimando-se em medo e angústia outrora líquidos.
Outras vezes, o ar que entra
sai com uma euforia de paixão acelerada.
E então em alguns dias você mal respira,
porque se resfriou.
Ou porque seu coração está gelado.
Não importa.
Você continua.
Porque respirar não é um vício.
Não é seu amor.
Não é algo de que você possa abrir mão.
Não é algo que você possa não.
Então eu escrevo como respiro.
Porque preciso.
Mesmo que seja apenas escolhendo as palavras dentro de minha cabeça.
Que ninguém nunca vai ouvir.
Porque nem você mesmo ouve o ar que entra e sai de seu nariz.
Como este ar que faz seu trabalho em meus pulmões e impulsiona meu corpo,
Esse é meu jeito de trazer o mundo para dentro.
Depois empurrá-lo para fora de novo,
com a ilusão de que ele está um pouco mais cheio de mim.
Mesmo sabendo que não está.
Não importa.
Escrevo porque é assim que eu penso.
Era assim, mesmo antes de poder de fato escrever,
Porque eu respiro desde que nasci.
E escrevo, mesmo que só em mim mesma.
Desde que a língua nasceu em mim.
Escrevo.
Respiro.
Preciso.
E quando cessar, cessarei também.
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