Eu sou a canção que os pássaros cantam.
Eu sou a folha que transforma a terra.
Eu sou a maré que move a lua.
Eu sou a corrente que a areia detém.
Eu sou as nuvens que o vento leva.
Eu sou a terra que o sol ilumina.
Eu sou o fogo que golpeia a pedreira.
Eu sou o barro que dá forma à mão.
Eu sou a palavra que o homem pronuncia.
Ouçam, o passo da noite morre
no vasto silêncio;
a luz sobre a minha escrivaninha canta
baixo como um grilo.
Douradas sobre a estante
brilham as lombadas dos livros:
pilares para as pontes
da viagem ao país das fadas.
E assim ele saboreando sobretudo as coisas sombrias,
Quando, em seu aposento despido, corridas as gelosias,
O quarto alto e azul, duramente tomado de humildade,
Lia o seu romance, aí repensado com tenacidade,
Cheio de pesados céus ocres e florestas inundadas,
De pétalas de carne em lenhos siderais transmutadas,
Vertigem, desabamentos, derrotas e compaixão!
Parece que foi ontem, quando eu costumava acreditar
que sob a minha pele somente havia luz.
E se me cortassem, eu brilharia.
Mas hoje, ao cair pelas trilhas da vida,
machuco os joelhos. E sangro.
Observe por favor, olhe, olhe e olhe!
Nada é realmente aquilo que é. Tem mais. Tem muito, muito mais.
Nunca se canse de mais.
- Se ha unidoDecember 20, 2015
Regístrate para unirte a la comunidad de narradores más grande
or