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Keira ergueu as mãos com lentidão e retirou o capuz. Os cabelos negros e ondulados se soltaram como uma cascata escura sob a luz da sala, emoldurando o rosto que ele não via desde antes do início do Aleriah. Os olhos cinzentos que povoavam seus pensamentos encontraram os dele e, naquele instante, nenhum dos dois falou.
Não era necessário.
Ela caminhou até ele, e, como ditava o protocolo, fez menção de se ajoelhar.
— Não. — a voz dele cortou o ar, baixa, porém firme, enquanto se levantava. — Não faça isso.
Ela ergueu o corpo, mantendo os olhos nos dele.
E por um momento, não havia império, trono, altar ou protocolo.
Só os dois.
— Você veio - ele sussurrou, se aproximando. — Finalmente veio.
Ela estendeu o bilhete.
— Achei melhor devolver pessoalmente.
Ele pegou o papel, quase esquecendo-se de como respirar.
Amassou-o sem perceber, os dedos apertando com força.
Keira sustentou o olhar.
Os olhos dela brilhavam.
— O que você disse ali... — ela murmurou. — É recíproco.
Eu também te quero, Imperador.
Mais do que antes.
Mais do que eu deveria.
As palavras de Keira bateram em Seto como uma rajada quente em meio a um campo gelado. Inesperadas, intensas, arrebatadoras. Por um segundo, ele simplesmente ficou parado, como se o tempo tivesse suspendido sua função, como se o mundo estivesse esperando apenas a reação dele.
Os dedos que seguravam o bilhete se fecharam ainda mais, amassando o papel quase até rasgá-lo. O coração dele, já acelerado, deu um salto violento dentro do peito.
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*DESTINO LUNAR*
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